Expozebu movimenta milhões em leilões e mostra tendências do agronegócio

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
13/05/2015 às 07:54.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:00
 (Divulgação)

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Uberaba – Pelo menos R$ 46 milhões foram movimentados em leilões de animais durante a 81ª edição da ExpoZebu, que terminou no último domingo. Nos oito dias de evento, 1.481 animais foram disputados na maior feira de zebuínos do país, realizada anualmente em Uberaba, no Triângulo Mineiro.

O destaque deste ano foi a fêmea da raça nelore “Predileta da Santarém”, cuja metade da posse foi comercializada por R$ 1,1 milhão. As vendas nos quatro shoppings ainda estão em apuração.

O valor total fechado nos leilões é semelhante ao computado no ano passado. O valor médio por animal, no entanto, foi maior em 2015. Nos 34 certames, o valor médio foi de R$ 31.532,42, alta de 3% na comparação com 2014.

Cento e vinte empresas se instalaram na feira. As principais negociações envolveram compra de material genético e animais de diversas raças, além de produtos do setor.

Paralelamente à venda e apresentação de animais, foi realizada a Expozebu Dinâmica, uma feira de máquinas, implementos agrícolas, veículos e tecnologia do campo.

Política

Além de produtores e representantes do setor agropecuário, a ExpoZebu contou com a participação de embaixadores e personalidades do cenário político. Entre eles, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, o vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Social de Minas, Altamir Rôso, e o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas, João Cruz.

Competições

Mais de 1.800 animais, de dez raças zebuínas, foram inscritos para participar dos torneios realizados na ExpoZebu. Já o concurso leiteiro registrou três novos recordes.

A campeã da raça Gir Leiteiro e nova recordista mundial foi Alma Viva FCD, da fazenda Lumiar Agropecuária (Brasília/DF). Alma produziu 71,130 quilos de leite e quebrou o recorde de Ampola FIV, que tinha registrado 70,593 quilos.

Cerca de 200 mil pessoas participaram do evento. Entre eles, 362 estrangeiros de 23 países

Produtores entram no mercado do leite sem hormônios

Produzir leite a partir de vacas sem hormônio é a proposta do grupo Gir Leiteiro de Pecuária Sustentável, criado em abril por oito fazendas brasileiras. O objetivo é atender a um novo, crescente e lucrativo mercado: o de produtos saudáveis, que movimenta US$ 35 milhões ao ano no Brasil, segundo a consultoria Euromonitor.

 

 

LUCRO – Membro do Grupo Gir Leiteiro, Carlos Alberto da Silva afirma que um litro de leite sem hormônios é comercializado a R$ 2,50, contra R$ 0,80 do normal (Foto: Divulgação)

Ainda de acordo com a entidade, nos últimos cinco anos este mercado praticamente dobrou, crescendo 98%. Dois hormônios utilizados para “descer” o leite da vaca foram abolidos da produção. Um deles é a ocitocina, o outro é a somatotropina bovina, conhecida como BST, um polêmico hormônio considerado o precursor dos transgênicos, proibido na União Europeia, Nova Zelândia, Japão, Canadá, dentre outros.

De acordo com o produtor Carlos Alberto da Silva, uma vaca que recebe doses dos hormônios antes das ordenhas produz cerca de 15 litros diariamente. Sem os compostos, a produção cai para 12 litros diários. Mas, se a quantidade cai, o preço sobe. Enquanto um litro de leite comum é comercializado a R$ 0,80, a mesma quantidade do sem hormônios é vendido por até R$ 2,50. “E só não há mais venda porque não há produção”, afirma.

Hoje, cerca de 250 vacas do Brasil participam do projeto. Há fazendas em Minas, São Paulo e Ceará. “Vamos organizar a associação, a produção e a venda do leite sem hormônio. Depois, pretendemos abrir a associação para novos membros. Estamos criando um novo negócio”, diz Silva. (T.M.)


 

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