Fabricante situada em Uberlândia está pronta para alçar novos voos

Raul Mariano - Hoje em Dia
23/08/2014 às 09:58.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:54
 (Divulgação)

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A Fábrica Nacional de Aeronaves (Fabe), fabricante de aviões executivos e agrícolas situada em Uberlândia, vai construir uma nova unidade anexa ao aeroporto de Araguari, no Triângulo Mineiro.   A projeção é que a área ocupada seja de 11 mil metros quadrados, um espaço quase três vezes maior do que o atual.   Com a nova unidade, a meta da empresa é iniciar uma produção em larga escala dos modelos que já são fabricados há mais de dez anos, mas ainda são considerados experimentais pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).   Segundo informações de Douglas Cunha, um dos sócios da empresa, o valor investido para a construção da nova fábrica ainda não foi calculado, mas será viabilizado por meio de parceria com um grande investidor da região.   “Já utilizamos o aeroporto para entregar as aeronaves que são encomendadas. Só aguardamos, agora, a liberação da área por parte da Prefeitura de Araguari. A expectativa é de que isso aconteça ainda no primeiro semestre de 2015”, adianta Douglas.    Com um histórico de colaboração na fabricação de mais de 200 aeronaves e a assinatura exclusiva da produção de mais de 25, a fábrica pretende investir em novas tecnologias com o início das atividades na unidade de Araguari.   "Trabalhamos em um projeto de inovação e uma novidade será o modelo da aeronave Bumerang EX27 Cross Country, construída toda em fibra de carbono. É o nosso modelo mais popular, feito para atender clientes que precisam de agilidade. Ele conta com o chamado paraquedas balístico, que segura todo o avião em caso de quedas”, explica Douglas.     Certificação   Uma das maiores dificuldades encontradas pelos empresários do ramo da aviação, segundo Douglas, é conseguir certificar as aeronaves junto à Anac.   O empresário relata que, devido ao alto valor de investimento exigido para a certificação, o mercado acaba tendo carência de aviões para segmentos específicos.   “Não estamos mais fabricando modelos para a aviação agrícola porque não temos a certificação necessária. Apesar disso, a demanda é muito grande. Há uma carência de mais de 10 mil aeronaves agrícolas no país”, destaca.   “Hoje, somente com investidores estrangeiros poderíamos retomar o projeto. Até porque a legislação de outros países é muito mais flexível do que a nossa”, analisa.      Projeto da Anac pode facilitar certificação e abertura de mercado   A solução para os entraves burocráticos de certificação pode estar no programa iBR2020, criado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) com o objetivo de certificar aeronaves de pequeno porte que ultrapassam as características das aeronaves leves esportivas no país.   Além disso, a iniciativa também tem como meta reduzir os custos de certificação no Brasil. “Acreditamos que, a partir de agora, um leque muito grande de mercado irá se abrir para a Fabe. Nossas aeronaves vão substituir os pequenos aviões que a Embraer parou de fabricar”, projeta Douglas Cunha, um dos sócios da Fabe. Além de expandir a produção e entrar efetivamente no mercado, a empresa acredita que vai aquecer a economia do município de Araguari, no Triângulo Mineiro, com a construção da nova fábrica.   “Logo na fase inicial de implantação, acreditamos que a nova unidade irá gerar cerca de 50 empregos. Mas, certamente, esse número irá aumentar com o tempo”, calcula Douglas.   Segundo estatísticas da Anac, Minas Gerais possuía, em 2013, 419 aeronaves experimentais em operação. A terceira maior frota do país, perdendo apenas para São Paulo, com 1.552, e Paraná, com 436. 

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