Feirão da casa própria esconde armadilhas para o consumidor

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
17/05/2014 às 08:01.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:37
 (Marcelo Prates/HojeemDia)

(Marcelo Prates/HojeemDia)

Fechar o negócio da casa própria durante o Feirão da Caixa pode ser uma cilada para o consumidor desatento. Na última sexta-feira (16), a reportagem do Hoje em Dia esteve no Expominas, onde até este domingo (18) acontece a décima edição do evento, acompanhada do presidente da Associação dos Mutuários e Moradores de Minas Gerais (AMMMG), Sílvio Saldanha, convidado pelo jornal para identificar as principais armadilhas encontradas por lá.   Dentre as falhas mais graves –observadas em menos de dez minutos de circulação– está a omissão de informações, a exemplo da taxa de evolução de obra, cobrada em contratos de imóveis ainda na planta.   A surpresa geralmente ocorre na hora de contratar o financiamento junto ao banco. É nesse momento que o cliente descobre que terá que arcar com a despesa extra, sequer mencionada durante a negociação do imóvel, conforme testemunhado pela reportagem.   “Eu dei (ao representante) pelo menos cinco oportunidades para me falar sobre essa questão (taxa de evolução da obra), mas ele nem a mencionou. Não mentiu, mas omitiu. Além disso, ainda afirmou que as prestações do financiamento ficariam congeladas durante muitos meses, o que não acontece”, diz Saldanha.   Outra informação que não é prestada claramente diz respeito às consequências da promoção oferecida pela Caixa Econômica Federal, de pagamento da primeira prestação apenas em janeiro de 2015. Neste caso, as prestações não pagas vão para o saldo devedor, sobre o qual incide juros.    “A Caixa diz isso em sua propaganda, mas em letras miúdas, é claro. Nesse caso, o que ocorre, na verdade, é apenas a prorrogação da dívida, e sobre ela incidem juros”, afirma o presidente da AMMMG, que tem o hábito de visitar o Feirão passando-se por cliente para diagnosticar essas artimanhas e alertar futuros compradores.   Estratégia   Para Saldanha, a criação de uma atmosfera convidativa durante o evento leva muita gente a sentir-se seduzida, acreditando que a aquisição de um imóvel seja uma tarefa fácil.   “Você vê mulheres muito bonitas e sujeitos bem apessoados convidando a visitar os stands, fazendo com que o cliente se sinta lindo e rico. É só observar como as pessoas chegam e como saem, bem mais sorridentes”, diz.   De acordo com Saldanha, o ideal é que o consumidor aproveite a oportunidade apenas para prospectar negócios, conhecer o mercado e avaliar os preços praticados. O fechamento do negócio deve ser feito somente depois de conhecer o imóvel pessoalmente e verificar as condições em que ele se encontra.   Para auxiliar o comprador, a AMMMG elaborou uma cartilha recomendando atenção ao prazo de entrega e a valores pagos antes do habite-se, a exigência de assinatura de contrato somente após aprovação do crédito e a formalização das negociações feitas durante o Feirão, já que, na maioria das vezes, as propostas são apresentadas em papéis comuns e escritas à mão.

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