Fenabrave diz que recuperação se deu pelos incentivos

Gustavo Porto
03/07/2012 às 15:03.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:17

O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti, afirmou nesta terça-feira que o desempenho nas vendas de veículos em junho, considerado o melhor da série histórica para o mês pela entidade, "só aconteceu por conta das medidas do governo (anunciadas em maio), principalmente pela redução do IPI".

O total de veículos emplacados em junho foi de 353.201 unidades, alta de 16,06% em relação a igual período do ano passado. Sobre o mês de maio, o número de emplacamentos subiu 22,86%.

Para Meneghetti, "o governo terá bom senso, olhará o mercado e, se (o IPI) reverter para números anteriores, teremos dificuldades de manter as vendas", disse o executivo, apostando na prorrogação das medidas, previstas para terminarem em 31 de agosto.

Segundo a Fenabrave, após as medidas as vendas saíram de uma média diária de 13.350 unidades, para 18 mil unidades. Já os estoques nas distribuidoras caíram de uma média de 39 dias para 27 dias, praticamente voltando ao nível considerado normal pela entidade.

Os estoques de caminhões caíram de 55 dias a 35 dias, basicamente por conta do fim dos modelos Euro 3 - com maior emissão de poluentes sobre os atuais Euro 5 - que não podem mais ser fabricados.

Meneghetti ressaltou ainda o aumento na participação de veículos nacionais no mercado brasileiro entre o final do ano passado e junho, de 62% para 74%, período em que começaram a ser aplicadas restrições comerciais aos automóveis trazidos do exterior. "Do ponto de vista de defesa do mercado, as medidas tiveram os objetivos atingidos", explicou.

Inadimplência - Quanto à inadimplência do setor, o executivo afirmou que "finalmente a curva da inadimplência começa a ter uma inflexão nesse mês de julho". Segundo ele, se essa baixa se consolidar pode ocorrer um impacto positivo no setor, com a melhoria na concessão do crédito e, consequentemente, no aumento das vendas de veículos neste mês.

Em junho, o porcentual de crédito aprovado em relação ao pedido para o financiamento de veículos novos chegou a 55%, ante 35% de maio. No entanto, o crédito para usados permaneceu em 30% no mesmo período.

Para o executivo, "o crédito pujante de 2009 e 2010", com financiamentos de veículos em parcelas sem entrada de 60 meses e até 72 meses "não existe mais", justamente por conta da inadimplência dos compradores. "Agora, para financiamentos de 60 meses, só com 30% de entrada", disse Meneghetti.

Já o crédito para motos ainda segue restrito, com uma taxa de aprovação de 16% a 17%. "Estamos trabalhando com o governo, mas está difícil fazer esse mercado andar mais rápido", concluiu.
http://www.estadao.com.br

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