Festa de formatura vira balada milionária em BH

Raul Mariano - Hoje em Dia
01/12/2014 às 07:06.
Atualizado em 19/09/2022 às 20:20
 (TJMG/Foto ilustrativa)

(TJMG/Foto ilustrativa)

Shows com artistas de renome nacional, buffet refinado com cardápio para todos os gostos, estrutura de palco, sonorização e iluminação com padrão internacional de qualidade. Esses são apenas alguns dos luxos das festas de formatura premium contratadas por escolas do ensino médio e faculdades de Belo Horizonte. 

O custo da noitada com duração média de seis horas pode chegar a R$ 1 milhão e já inaugurou um novo nicho no mercado do entretenimento voltado para o público estudantil mais abastado da capital. No comando da festa, produtoras que têm à frente empresários tão jovens quanto seus clientes.

É o caso de Guilherme Guimarães, de 24 anos, fundador do cerimonial Alliance. Depois de quatro anos trabalhando com o Grupo Chalezinho, ele decidiu inovar no segmento de formaturas, se inspirando nos detalhes de decoração e estrutura dos festivais de música eletrônica mais importantes do mundo.

Nos contratos fechados pela Alliance com as instituições de ensino da capital, os valores das festas de ensino médio giram em torno de R$ 500 mil. Para as formaturas de turmas do ensino superior, que são o próximo alvo da empresa, as festas chegam a custar R$ 1 milhão. O preço pago pelos alunos do ensino médio para participarem das festas é de cerca de R$ 2.600,00 com direito a seis convites. Para universitários, a média chega a R$ 8 mil, com direito a 20 convites.

Guimarães explica que o grande diferencial está no nível de exclusividade e inovação das produções. Ele conta que a empresa decidiu fugir do padrão convencional desse tipo de evento, que normalmente se limita a festas com mesas e um palco com pista de dança.

“O que fazemos está moldado pelo que há de mais novo no mundo. Nosso palco, por exemplo, se assemelha ao de festivais internacionais de música eletrônica. Vejo um mercado abundante e completamente aberto”, comenta.

Investimentos

Para os contratantes, o momento de celebração vale cada centavo. Yan Souza, presidente da comissão de formatura das turmas de ensino médio do Colégio Marista Dom Silvério, afirma que a satisfação do momento “não tem preço”. Com shows de artistas como o Bonde do Tigrão, o sertanejo Thiago Brava e o DJ Vitor Sobrinho, o baile organizado por ele e os colegas de classe custou R$ 490 mil.

“Tivemos um palco iluminado com 90 placas de LED e cerca de 1500 convidados participando da festa. Não há como explicar a sensação de receber o agradecimento das pessoas durante a festa. Valeu muito a pena”, conta.
Claudia Eto, mãe de um dos formandos do terceiro ano do Colégio Bernoulli, fez parte da comissão de formatura e acompanhou todo o processo de produção da festa. Ela relata que a noite demandou um investimento de mais de R$ 320 mil e contou com shows de MC Koringa, a dupla Rick e Ricardo e a apresentação de um DJ de Belo Horizonte.

“Os alunos fizeram as escolhas conforme o gosto da maioria e nós acompanhamos as negociações. O resultado superou todas as expectativas”, relata.

Jovens empresários miram público da mesma geração

Apesar do cenário econômico de impostos elevados e muitos entraves burocráticos desestimularem o empreendedorismo, os jovens brasileiros continuam determinados a investir em novas ideias, conforme explica o presidente da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), Rodrigo Paolilo.

“Hoje 75% dos jovens universitários brasileiros querem empreender. Temos um perfil mais aguerrido em comparação com jovens do resto do mundo, apesar de o ambiente de negócios ser difícil no país”, comenta.
E foi o público universitário a razão para o nascimento da espeteria Camarote da Bola. O espaço foi idealizado pelos empresários Lucas Montandon, de 25 anos, Vinícius Gregório e Bruno Jardim, ambos de 22, e Leandro Prado, de 35, com o objetivo de oferecer praticidade aos estudantes que circulam pelo bairro Prado, na região Oeste de Belo Horizonte.

Depois de três meses estudando o mercado e definindo o local ideal para a abertura do negócio, os empresários investiram R$ 150 mil na reforma do espaço. O faturamento médio mensal é de R$ 75 mil.

“O fato de estarmos em um ponto de fácil estacionamento e de termos um sistema de pagamento individual contribuem. Além disso, transmitimos jogos simultâneos, sempre respeitando as diferentes torcidas, servindo uma comida muito bem feita. Miramos o público entre 20 e 27 anos e tem funcionado”, comenta Lucas.

Na pista

A produção frequente de baladas eletrônicas também trouxe aos produtores Rafael Simões, de 22 anos, Pedro Gibson, de 24, e Ricardo Mendes, de 20, a ideia de agenciar uma série de DJs em Belo Horizonte. Depois de perceberem a carência por bons profissionais para atender à grande demanda de festas na cidade, eles fundaram a WZ Talent.

“Nosso investimento foi de R$ 40 mil em estrutura, equipamentos e site. Hoje, a aceitação foi tanta que já temos outros DJs pedindo para fazer parte do nosso catálogo de artistas”, comenta Simões.
 

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