Fiat abre mercado para a montadora norte-americana Chrysler

Bruno Porto - Do Hoje em Dia
05/02/2013 às 13:04.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:44
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

A fusão da montadora italiana Fiat com a norte-americana Chrysler pode fortalecer a presença da segunda no mercado brasileiro, afirmam especialistas do setor automotivo. O presidente da Fiat, Sergio Marchionne, disse no último fim de semana que espera concluir a operação em 2014.

Desde 2009, a montadora com planta em Betim vem aumentando sua participação na Chrysler, hoje em mais de 60%.

No entanto, a Fiat esbarra na resistência de um fundo de pensão controlado pelos trabalhadores da montadora, e que é acionista da empresa, o Veba, que exige o pagamento de um valor maior do que o que a Fiat pretende pagar. Sem um acordo, a empresa não consegue o controle total.

“Nós vamos conseguir fazê-lo. Temos opiniões diferentes do Veba sobre o valor da Chrysler, mas vamos resolver o problema em 2014”, afirmou Marchionne. Ele reconheceu que a questão é estritamente financeira.

Para o professor e especialista no setor automotivo do Lean Institute Brasil, José Roberto Ferro, a conclusão da operação deve favorecer uma maior entrada de veículos Fiat nos mercados americano e mexicano, enquanto também propiciará uma penetração maior da Chrysler na América do Sul.

“No Brasil, ninguém bate de frente com a Chrysler. Atua em um nicho de mercado premium ainda pouco explorado e com muito potencial de crescimento”, apontou.

Na avaliação de Ferro, a Fiat pode fortalecer a marca Chrysler no Brasil, além de sinergias operacionais viabilizarem uma maior abrangência da montadora norte-americana.

Para o presidente do Centro de Estudos Automotivos, Luiz Carlos Mello, as vantagens serão invisíveis para o consumidor em um primeiro momento. “São ganhos internos, que asseguram maior competitividade. Isso pode ser repassado depois ao preço do veículos, mas aí é estratégia comercial”, afirmou.

Por considerar que as marcas atuam em mercados paralelos, ele não vê grande potencial de crescimento de vendas após a fusão. “Nos Estados Unidos, a Fiat entrou e criou sua própria rede de distribuição, preferiu não ligar sua marca à Chrysler. No Brasil, acho que o movimento será semelhante”, observou. (Com agências)
 

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