Fipe prevê Índice de Preços ao Consumidor de 0,45% no fechamento de março

Maria Regina Silva
07/03/2014 às 13:06.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:29

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Rafael Costa Lima, estima taxa de 0,45% na inflação paulistana no encerramento de março. A previsão foi divulgada há pouco pelo economista na sede da Fipe, em São Paulo, durante entrevista a jornalistas para avaliar o IPC de fevereiro, que foi de 0,52%, ante 0,94% em janeiro. O resultado ficou dentro do esperado por economistas consultados pelo AE Projeções, de alta de 0,44% a 0,54%, com mediana de 0,50%. A projeção de Costa Lima era de elevação de 0,55%. Para o IPC fechado do ano, Costa Lima manteve a expectativa de 5,00%.

De acordo com o coordenador do IPC, os alimentos in natura devem ficar ainda mais caros ao longo de março, em razão do clima seco. Em fevereiro, os itens in natura subiram 7,21% e registraram a maior alta em pouco mais de um ano, com uma contribuição positiva de 0,24 ponto porcentual na inflação do mês passado, conforme Costa Lima, ou seja quase metade do IPC. Com isso, o grupo Alimentação avançou 0,51%, ante 0,27% na terceira quadrissemana do mês.

Segundo o economista, a expectativa é que outros alimentos que ajudaram a limitar a inflação do grupo em fevereiro voltem a pressionar o IPC em março, caso de alguns produtos semielaborados e industrializados. Esses subgrupos tiveram deflação no encerramento do mês passado, de 1,89% e 0,17%, respectivamente. Além desses alimentos, o economista acredita que alimentos como o tomate também subam mais ante fevereiro (3,33%). "Nas pesquisas de ponta (mais recentes), o tomate já tem alta de cerca de 28%. Era um produto que estava ajudando a equilibrar a alta do grupo, mas aparentemente não deve mais ajudar", estimou.

Segundo o economista da Fipe, outros alimentos que estavam caindo estão diminuindo o ritmo de queda e poderão ter efeito na inflação de março, caso das carnes e dos leites, além do feijão, que também devem sentir mais os efeitos da ausência de chuvas em várias partes do País. Ele contou que o feijão teve deflação de 4,69% em fevereiro, mas em levantamentos mais recentes a variação já está positiva. "A tendência da inflação para março é de uma pressão até maior do que vimos antes. Os in natura subiram muito em fevereiro, mas tinham outros itens contrabalançando, mas as quedas estão perdendo força, com exceção da carne de frango", disse, ao referir-se ao recuo de 5,13% nesse item que figurou entre as maiores baixas do IPC de fevereiro.

Conforme Costa Lima, a alta de 0,45% esperada para o IPC de março deve apresentar uma composição um pouco diferente da vista no índice fechado de fevereiro (0,52%). Ao contrário da expectativa de aceleração do grupo Alimentação para 0,98%, ele prevê pressão menos intensa do grupo Despesas Pessoais (previsão de 0,11%) no fim de março. Para Habitação, a estimativa é de alta de 0,36% (ante 0,49%); de 0,26% para Saúde (de 0,68%); de 0,21% para Vestuário (ante queda de 0,02%); de 0,38% para Transportes (de 0,49%); e de 0,07% para Educação (de 0,41%).
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