Fornecedores da Fiat vão conceder férias coletivas

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
09/03/2015 às 07:17.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:16
 (Leo Lara/Divulgação)

(Leo Lara/Divulgação)

A crise do setor automotivo, que reduziu em 27% o emplacamento nacional de veículos novos no acumulado do primeiro bimestre de 2015, no confronto com igual período do ano passado, atingiu em cheio Minas Gerais. Fornecedoras da Fiat, a unidade da Magna Seating de São Joaquim de Bicas, a Denso Sistemas Térmicos, e a Denso Máquinas Rotantes irão acompanhar a montadora nas férias coletivas que serão iniciadas hoje, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas, João Alves. Juntas, as três fornecedoras somam quase 1700 trabalhadores. A Fiat dispensará dois mil funcionários por 20 dias. Possíveis demissões na volta da interrupção no trabalho preocupam os representantes do setor.

“Se eu disser que não estou preocupado estarei mentindo”, afirma Alves. No entanto, ele ressalta que os custos para recontratar e fazer o treinamento dos funcionários, caso haja uma retomada do setor são altos, fator que pode fazer com que a empresa evite as demissões o máximo possível.

O objetivo da Fiat, segundo Alves, é escoar os 55 dias de estoque de veículos que a montadora possui no pátio. No acumulado de 2014, foram 68 demissões a mais do que no mesmo período do ano passado. “Um número normal”, afirma o presidente do sindicato.

Na avaliação do diretor de Finanças do sindicato, Edigar Lopes, o tamanho real do problema somente poderá ser mensurado na volta das férias coletivas. “As demissões, se houverem, serão na volta, para que a empresa não arque com muitos gastos”, afirma. Por enquanto, ele garante que não há qualquer sinal de que os funcionários serão dispensados.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas, na Região Central do Estado, Ernane Geraldo Dias, também está temeroso com o futuro dos funcionários da Iveco, que possui planta na cidade. “Por enquanto, os ânimos estão normais, mas, se apertar, não sabemos até que ponto a empresa consegue segurar os empregados”, diz. Em fevereiro, o sindicato homologou 12 demissões. Em 2014, ainda de acordo com ele, 600 pessoas foram dispensadas.

A redução na produção da Iveco, conforme o representante dos empregados, é intensa. Hoje, a linha de pesados fabrica entre 25 e 30 veículos por dia, mas já chegou a produzir entre 55 e 60. Ou seja, caiu pela metade. Por meio da assessoria de imprensa, a empresa afirmou que não tem planos de conceder férias coletivas ou pretende demitir em grande escala.

Em Juiz de Fora, onde funciona a Mercedes Benz, houve paralisação na área de produção na sexta-feira, conforme informou a assessoria de imprensa. No entanto, férias coletivas e demissões também foram descartadas no curto prazo.  

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