Gasoduto para Uberaba pode vir de São Paulo, diz secretário de desenvolvimento

Bruno Moreno - Hoje em Dia
06/01/2015 às 07:38.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:34
 (Editoria de Artes/Hoje em Dia)

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Tido como o principal projeto para alavancar a economia do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba, o gasoduto Betim-Uberaba, que alimentará a planta de amônia da Petrobras, enfrentará mais um atraso e pode não sair do campo das ideias neste primeiro semestre. Além disso, o atual governo já considera a mudança em seu traçado.

Na última segunda-feira (5), em entrevista coletiva na Prefeitura de Uberaba, o novo secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso, garantiu que o projeto do gasoduto não será interrompido, mas afirmou que é possível rever o plano inicial.

“Não há dúvida nenhuma sobre essa questão porque temos três opções de gasoduto, mas cabe ao governo que está entrando a escolha da melhor alternativa”, afirmou Rôso. Ele não descartou a possibilidade de o gás natural vir do Estado de São Paulo, das cidades de São Carlos ou de Ribeirão Preto.

Já o Conselho de Administração da Gasmig, empresa responsável pela obra, pretende cancelar a licitação do projeto executivo. A reunião da assembleia extraordinária para discutir o assunto foi convocada para quinta-feira (8). Nesse dia também serão definidos os novos diretores e conselheiros.

Como a composição acionária da Gasmig é quase 100% da Cemig, quem toma as decisões é a empresa do setor energético. De acordo com a assessoria de imprensa da estatal, o pedido de cancelamento da licitação do projeto executivo partiu do próprio Conselho de Administração tendo em vista o fato de alguns pontos terem sido questionados pelo Ministério Público, como a espessura do gasoduto e o valor do projeto.

Segundo a assessoria, a continuidade do empreendimento dependerá da próxima diretoria que comandar a estatal. O governador Fernando Pimentel (PT) já indicou que o economista Mauro Borges assumirá o comando da Cemig e a decisão sobre a forma como o projeto do gasoduto será tocado ficará a cargo dele.

Segundo o líder do governo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Durval Ângelo (PT), deverão ser realizadas reuniões com lideranças de Uberaba e Uberlândia para discutir o projeto.


Desenvolvimento

A expectativa dos municípios mineiros no trajeto do duto é a de que o gás natural traga prosperidade no eixo Leste-Oeste do Estado, entre o Triângulo Mineiro e a capital. Há previsão de que 26 cidades também sejam beneficiados com o fornecimento do combustível.

Durante a campanha ao Palácio Tiradentes, Fernando Pimentel afirmou que daria continuidade ao projeto do gasoduto. Em visita a Uberlândia, o então candidato afirmou que faria a obra sem privatizar a Gasmig.

No ano passado, o governo do Estado tentou viabilizar o gasoduto por meio da venda de ações da estatal a uma empresa privada da Espanha. Para isso, a Cemig comprou 40% do capital da Gasmig, que eram pertencentes à Petrobras. Depois, tentou aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional na ALMG , a PEC 68, para que a empresa europeia pudesse comprar parte da Gasmig e injetasse dinheiro na construção do gasoduto. Entretanto, a PEC sofreu muita resistência popular e por parte de deputados e foi arquivada em 26 de agosto.


Planta de amônia

O gasoduto é peça fundamental para a implantação da planta de produção de amônia em Uberaba, que está em construção. De acordo com o portal do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, o valor estimado para a construção da planta é de R$ 1,8 bilhão. 

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