Guido Mantega mantém redução de IPI para veículos até dezembro

Agência Estado
30/06/2014 às 17:57.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:12
 (Arquivo Hoje em Dia)

(Arquivo Hoje em Dia)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira (30), a manutenção da alíquota reduzida do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Com isso, a alíquota para carros com motor 1.0, que deveria voltar a 7%, vai continuar em 3%. Para veículos como motor flex até 2.0, a alíquota retornaria para 11%, mas será mantida em 9%. As alíquotas deveriam voltar ao normal amanhã, 1º de julho. A manutenção das atuais tarifas foi prorrogada até dezembro.

A continuidade da tarifa menor foi anunciada após o ministro se reunir com representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). As montadoras têm sofrido com alto nível de estoques e reduziram em 18% a produção de veículos nas linhas de montagem em maio, na comparação com o mesmo mês de 2013.

Segundo Mantega, na reunião, que também contou com a participação da Fenabrave, foi feito uma avaliação sobre o setor neste primeiro semestre. De acordo com o ministro, "uma série de motivos, entre os quais, a questão do crédito", influenciou negativamente. "Houve uma diminuição de crédito e um encarecimento nesse período e também no período mais atual", disse Mantega.

O ministro afirmou ainda que a Copa, "apesar de estar sendo um sucesso" e de ser boa para o País, tem impactos negativos no setor. "Foram sete dias úteis a menos, o que influenciou as vendas", disse. "Temos que tomar as medidas para viabilizar um segundo semestre melhor."

Segundo Mantega, há uma certa semelhança entre o primeiro semestre do ano passado e o deste ano. "Estamos trabalhando com uma projeção que, este ano, seja semelhante ao ano passado", completou.

"Com a manutenção, podemos ter um segundo semestre melhor", disse o presidente da Anfavea, Luiz Moan. Segundo o dirigente, ainda não há como antecipar os dados de junho, que serão conhecidos no próximo dia 7.

RENÚNCIA

O governo vai deixar de arrecadar R$ 800 milhões e que a renúncia fiscal no ano será de R$ 1,6 bilhão. Mantega ressaltou, no entanto, que não é uma renúncia propriamente dita, pois o governo já não estava arrecadando o tributo e já não contava com esse valor.

O presidente Anfavea, Luiz Moan, afirmou que a perda da arrecadação do governo só acontecerá se as vendas continuarem no mesmo patamar. "Mas esperamos elevar as vendas", disse, destacando que isso elevaria a arrecadação do governo.

Moan afirmou ainda que no ano passado, quando a alíquota do IPI passou a ser menor, "houve aumento de vendas e de arrecadação de PIS/Cofins e de emplacamentos".

FENABRAVE

O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flavio Meneghetti, afirmou, na tarde desta segunda-feira, 30, que a manutenção da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis novos até dezembro "é fundamental para a recuperação nas vendas de veículos", principalmente no segundo semestre.

"Estamos em um ano com mais dificuldades da economia, a Copa afetou comércio de uma forma geral e o IPI aumentado traria um reajuste de até 5% no preço final. O mercado não suportaria um impacto dessa magnitude", disse Meneghetti ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Segundo ele, a queda estimada de 7% nas vendas de veículos novos do primeiro semestre de 2014 ante igual período de 2013 pode ser revertida, "em parte" no segundo semestre, já que o período terá mais dias úteis. "Provavelmente poderemos melhorar isso e ter segundo semestre mais produtivo. Mas ainda não temos uma estimativa", disse, antes de elogiar o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "O ministro está atento, envolvido e preocupado com que acontece com o mercado."
http://www.estadao.com.br

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