Hotéis de BH ampliam a oferta de quartos em 11% em uma semana

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
05/04/2014 às 07:46.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:57
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

Na reta final da data limite de 30 de março estipulada pela Lei 9.952/2010, que ampliou o potencial construtivo de terrenos para hotéis, centros culturais e hospitais em Belo Horizonte, a rede hoteleira da cidade inaugurou cinco novos empreendimentos em uma semana. Houve um incremento de 918 apartamentos (11,06%), resultado de um investimento de R$ 259 milhões.   Grande parte deles abriu as portas ainda no sistema soft open (com alguns ajustes a serem feitos, como serviço completo de refeições), mas todos já com reservas de hóspedes desde os primeiros dias de funcionamento. Além da corrida contra o tempo, os hotéis Bristol, Go Inn Del Rey, Ibis Style, Toscanini e Tulip Inn Savassi compartilham o perfil do público ao qual são direcionados: turistas de negócios.   Segundo a superintendente em Minas Gerais do grupo que administra o Tulip Inn Savassi, o Brazil Hospitality Group S.A. (BHG), Ana Carolina Murad, a proposta da empresa é integrar a nova leva de leitos da capital mineira, contribuindo para a atração de executivos.   Renovação   “Infelizmente, se a cidade não oferece uma estrutura com leitos modernos, ela vai tornando-se obsoleta e sendo recusada por futuros eventos”, afirma Ana Carolina.   O sócio-diretor da Dominus Incorporadora e Construtora e responsável pela gestão do Hotel & SPA Toscanini, Cláudio Neves, também mantém o foco nos empresários que hospedam-se em BH. Até mais do que na Copa do Mundo, embora a iniciativa da Prefeitura de Belo Horizonte de flexibilizar a Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo Urbano tenha sido direcionada ao evento esportivo.   “É claro que vai haver movimento em função dos jogos, mas quem usa mesmo o hotel é o executivo. Eu diria que nosso objetivo número um não é a Copa”,diz.   De acordo com o vice-presidente da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Lucas Guerra Martins, é importante, de fato, que os novos hotéis ampliem o foco, evitando ficar limitados ao período da Copa.   “O benefício é ter um parque hoteleiro novo, maior, que justifique a construção de novos centros de eventos em Belo Horizonte”, afirma Martins.   Já o gerente-geral do Go Inn Del Rey, Fábio Moreira, está satisfeito com a diversidade de hóspedes e com a possibilidade de ter a casa cheia durante as partidas que acontecerão em Belo Horizonte. “A procura está boa, já temos muita coisa fechada e outras em negociação. Acredito que teremos 100% de ocupação na época”.   Cidade ainda tem 12 projetos que correm contra o tempo   Estudos feitos pela JR & MvS Consultores indicam que 22 empreendimentos de hotelaria não serão concluídos até a abertura da Copa do Mundo, em junho. Para outros 12, ainda em fase de construção, as perspectivas são mais otimistas.   Segundo o consultor e sócio da empresa, José Aparecido Ribeiro, ao todo, Belo Horizonte receberá 6 mil novos apartamentos, o que ele ainda considera pouco. “A hotelaria da cidade tinha 8.300 quartos, dos quais metade era sucata. Então, o ganho real será de 2 mil unidades”, afirma Ribeiro.   Além da revisão no cálculo, o consultor lembra do impasse que existe em relação à Lei 9.552/2010. De acordo com o texto, os empreendimentos que não conseguissem atender ao prazo definido de 30 de março, seriam multados no valor equivalente ao potencial construtivo excedente, calculado com base na avaliação venal do imóvel.   Mas ainda tramita na Câmara dos Vereadores o Projeto de Lei 999/2014, de autoria do vereador Marcelo Álvaro Antônio (PRP), que propõe a prorrogação da data limite para 31 de maio e a redução total ou parcial da multa, dependendo do andamento das obras e se o hotel vai conseguir operar, pelo menos, parcialmente.   Sem alternativa   "Não há alternativa para a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Ela vai ter que adiar, sim. Se as obras já estão atrasadas por falta de investidores, a situação vai piorar com a cobrança de multas muito onerosas, e a cidade é que perde”, diz Ribeiro.   Por ora, enquanto não há uma definição sobre o assunto, a PBH está analisando a situação dos hotéis. Por meio de nota, a Prefeitura informou que “está procedendo à notificação dos respectivos empreendedores para ciência acerca das penalidades a serem impostas em virtude do descumprimento da legislação”.   Ainda segundo o texto, somente depois de concluir o levantamento, “a PBH dará prosseguimento aos procedimentos estabelecidos pela legislação e à divulgação do balanço das ações executadas”.

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