Apesar de registrar pequena melhora no fechamento do terceiro trimestre do ano, a indústria mineira ainda não conseguiu reverter o quadro de perdas que vêm registrando desde janeiro.
Em setembro, o faturamento real caiu 1,6% na comparação com o mês anterior, refletindo o desaquecimento das vendas nos mercados interno e externo. Na comparação do acumulado do ano com o mesmo período de 2014 a queda chegou a 14,5%.
Os resultados são apontados pelo Index da Federação Nacional das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), divulgado nesta sexta-feira (30). Além do faturamento, todas as variáveis como horas trabalhadas, massa salarial real, rendimento médio mensal sofreram quedas na comparação do acumulado do ano. O emprego caiu 6,1%, seguindo a tendência verificada ao longo de todo ano.
Os setores de Máquinas e Equipamentos, Metalurgia e Veículos Automotores, responsáveis por mais 60% da matriz econômica do Estado, são os que mais sofreram recuo.
“Essas quedas refletem claramente a redução dos investimentos feitos pelas empresas. De janeiro a setembro, o setor de Máquinas e Equipamentos, por exemplo, recuou 48,1%”, explica o presidente do Conselho de Política Econômica da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Fernandes
Desconfiança
O conjunto de indicadores negativos refletiu diretamente nas expectativas do empresariado mineiro. O índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei-MG) atingiu 31,4 pontos, uma queda inédita em relação à média histórica de 53,0 pontos.
Em termos práticos, o indicador aponta que o pessimismo dos empresários está longe de ser revertido. Em relação a outubro do ano passado, o índice está 10,9 pontos mais baixo.
Dentro desse contexto, as empresas de médio porte são as mais pessimistas, com 29,9 pontos. O Icei mineiro foi pior do que o nacional, com 3,6 pontos a menos do que a medição de confiança do país.