Indústria puxa tombo do PIB de Minas Gerais

Bruno Moreno - Hoje em Dia
08/03/2016 às 07:49.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:43
 (Editoria de Arte)

(Editoria de Arte)

A indústria mineira deve ter fechado 2015 com uma queda de dois dígitos no faturamento. A estimativa é do pesquisador da Fundação João Pinheiro (FJP) Raimundo de Sousa Leal Filho. Até o terceiro trimestre do ano passado, o setor já havia apresentado um resultado de -8,8% em relação ao ano anterior. Os números finais serão apresentados até o fim de abril.

“Estamos em uma situação muito grave. A indústria de Minas Gerais apresentou uma taxa de crescimento negativa, no acumulado do ano até o terceiro trimestre (setembro), superior a 8% e provavelmente vai chegar a dois dígitos quando fecharmos 2015”, afirmou.

Nos nove primeiros meses de 2015, o PIB de Minas fechou em 4,3% negativo, o que representa 0,5 ponto percentual a mais do que o nacional, de -3,8%, divulgado na última quinta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O grande setor que foi responsável por essa retração foi a indústria e, dentro da indústria, foi a de transformação. Dentro da indústria, ainda temos (recuo nos setores) de eletricidade e saneamento devido à crise hídrica”, explicou a pesquisadora da FJP Carla Aguilar.

Na opinião de Carla, o rompimento das barragens da Samarco, e a consequente paralisação do funcionamento da mineradora em Marina contribuirão para queda ainda maior dos indicadores da indústria.

Produção industrial

A Fiemg também apresentou nessa segunda (7) os números da produção industrial. De acordo com o economista Sérgio Guerra, a queda foi de 7,9%. Ele explicou que a produção industrial leva em conta o volume produzido. Já a conta do PIB industrial é feita da seguinte forma: pega-se o valor da a produção bruta e subtrai-se o custo dos insumos.

A previsão para os próximos anos não é boa. Na opinião de Raimundo Leal, o mundo está entrando na terceira onda de desaceleração na economia global após a crise financeira de 2008. Com isso, não há tendência de melhora dos preços das commodities (como o minério de ferro e aço.

A primeira onda ocorreu em 2008, nos Estados Unidos. A segunda, em 2010/11, com a crise do Euro. “Há a expectativa de dois ou três anos (2015/16/17) com a economia crescendo abaixo do observado no triênio anterior”, revelou.

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