Inflação do paulistano quase dobra em julho, diz Dieese

Maria Regina Silva
07/08/2012 às 12:48.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:15

Os elevados preços dos alimentos voltaram a pressionar os gastos dos consumidores da capital paulista no mês de julho pelo terceiro mês consecutivo, de acordo com levantamento divulgado nesta terça-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo a instituição, o Índice do Custo de Vida (ICV) ficou quase duas vezes maior no sétimo mês de 2012 e atingiu 0,42%, na comparação com 0,23% de junho.

Nos últimos 12 meses terminados em julho, a inflação dos paulistanos acumula alta de 6,37% e nos primeiros sete meses de 2012, de 3,86%. A taxa está bem acima do centro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,50%, para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e bem perto do teto, de 6,50%.

A aceleração do ICV em julho contra junho foi impulsionada, conforme o Dieese, pela inflação dos itens alimentícios. O grupo Alimentação teve um aumento de 1,11% e contribuiu sozinho com 0,33 ponto porcentual do ICV no período em análise. O movimento, segundo o Dieese, foi puxado pelos preços mais elevados de produtos dos subgrupos In Natura e Semielaborados (1,38%), Itens da Indústria Alimentícia (0,93%) e Alimentação Fora do Domicílio (0,85%).

Produtos in natura

Como têm mostrado outros indicadores de inflação, os alimentos in natura continuaram na lista das maiores elevações nos gastos dos paulistanos. Dentro do subgrupo, os legumes subiram 20,07% em julho frente a junho, com destaque para o persistente aumento nos preços do tomate (32,79%), seguido do pimentão (22,73%) e da berinjela (18,58%). As hortaliças (8,46%) também ficaram mais caras no sétimo mês do ano. Já as raízes e os tubérculos registraram deflação (-0,44%), assim como os grãos (-0,51%). Em julho, o preço do feijão caiu 2,50%. O do arroz, por sua vez, subiu 1,10% em julho em relação ao mês anterior.

Além da influência de preços mais altos dos alimentos, as despesas dos consumidores de São Paulo com Saúde (0,28%) e Habitação (0,23%) impediram um ICV menor em julho na comparação com junho. No caso deste último grupo, de acordo com o Dieese, houve equilíbrio nas taxas dos subgrupos. "A alta em Habitação derivou de taxas pequenas nos subgrupos Locação, Impostos e Condomínio (0,03%), e Operação do Domicílio (-0,12%), contrabalançadas por forte aumento em Conservação do Domicílio (1,90%), devido ao fato de o custo da mão de obra na construção civil ter sido reajustado em 3,18%."

Já no grupo Saúde, os técnicos da instituição explicaram que a inflação desse conjunto de preços foi puxada pela valorização em assistência médica, de 0,30% em julho, e também por produtos farmacêuticos (0,16%). Entre os demais grupos pesquisados pelo Dieese em julho, também ficaram no campo positivo Despesas Pessoais (0,45%), Despesas Diversas (1,79%) e Educação e Leitura (0,02%). Na contramão, a instituição constatou deflação em Transporte (-0,07%), Vestuário (-0,23%) e Equipamento Doméstico (-0,73%) em julho em relação ao mês anterior.
http://www.estadao.com.br

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por