Inflação recorde para março altera hábitos de consumo

Raul Mariano - Hoje em Dia
09/04/2015 às 07:45.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:34
 (Carlos Henrique)

(Carlos Henrique)

Com a conta de luz mais cara e diversos alimentos subindo de preço, o consumidor belo-horizontino está mais criterioso para realizar as compras básicas do dia a dia. Em sacolões e supermercados da capital, alguns legumes e verduras começam a perder lugar para produtos de menor valor.

A mudança é reflexo do aumento dos custos de moradia e alimentação, principais responsáveis pelo crescimento da inflação oficial do país, que no último mês chegou a 1,32%, atingindo o maior índice dos últimos 20 anos para meses de março.

A engenheira civil Silvana Rodrigues afirma já ter sentido no bolso o aumento no preço dos produtos hortifrutigranjeiros e relata que, para driblar a inflação, pechincha ao máximo possível e deixa de comprar o que considerar supérfluo.

“Já fui a vários supermercados e não encontrei muita diferença. Tanto o pimentão quanto a cebola estão muito caros, então vou esperar para comprar quando o preço estiver melhor”, comenta. A dona de casa Fátima Guimarães destaca que já está reduzindo o volume de compras dos itens em alta desde o início do ano.

“A saída é fazer substituições no cardápio e reduzir o consumo dos que estão encarecendo”, opina.

Para o economista do Ibmec Márcio Salvato, a alteração no padrão de consumo das famílias é uma das consequências diretas do aumento da inflação. Ele explica que os hábitos de lazer e o consumo de itens mais refinados também começam a ser cortados.

“Qualquer mudança relativa de preços afeta o comportamento das pessoas. Se um produto fica mais caro, as pessoas tendem a escolher diferente. Isso só não aconteceria se a inflação fosse igual para todos os produtos, o que não acontece agora”, destaca.

Energia Elétrica

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE em março, de 1,32%, foi o maior índice mensal desde fevereiro de 2003, quando a alta foi de 1,57%.

A elevação em 12 meses chega a 8,13%, acima do teto da meta do Banco Central, de 6,5%. No contexto geral, a energia elétrica foi o grande vilão com um aumento médio de 22,08%, fruto da revisão das tarifas para cobrir custos das concessionárias com a compra de energia mais cara.
 

 

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