Infraero usou apenas 5,5% dos recursos para as obras de Confins

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
06/06/2013 às 07:40.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:53

A menos de 15 dias da Copa das Confederações e a um ano da Copa do Mundo de 2014, as obras nos aeroportos brasileiros andam a passos de tartaruga. Apesar da corrida contra o relógio, os investimentos da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) ainda não avançaram em 2013. Levantamento da ONG Contas Abertas, feito a partir de portaria divulgada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, mostra que, até abril, a estatal utilizou apenas 18% dos recursos previstos neste ano para reformas e ampliações dos terminais do país. E a situação mais crítica é no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins.

De acordo com o levantamento, com R$ 217,7 milhões em recursos previstos para 2013, a “Adequação do Aeroporto Internacional de Confins - Tancredo Neves” é a principal obra da Infraero em termos financeiros. Com capacidade para 10,2 milhões, Confins já está saturado. Em 2012, recebeu 10,3 milhões de passageiros. Para o ano do maior torneio de futebol do planeta, a projeção é receber 14 milhões. Porém, de janeiro a abril, só 5,5% do total do dinheiro previsto para as obras foram utilizados, o que representa somente R$ 11,8 milhões.

“Se pensarmos que um terço do ano já foi embora, pelo menos 33% do orçamento previsto deveriam ter sido executados. É muito pouco. Em Confins, onde só 5,5% foram investidos, o quadro é mais preocupante, um sinal de que algo está errado”, diz o secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castelo Branco.

Uma obra em Confins que se arrasta há mais de noves meses é a do Terminal 3, apelidado de puxadinho. De setembro pra cá, foram três licitações fracassadas. Na primeira disputa, os lances das sete participantes variaram entre R$ 79 milhões e R$ 141 milhões, quantia muito distante da que a estatal pretendia pagar – R$ 48 milhões. Com o desconto de uma das concorrentes, chegou-se a R$ 57 milhões, ainda assim valor considerado caro pela Infraero. A diferença entre o montante pedido pelas construtoras e o que a estatal queria pagar também levou ao fracasso o segundo pregão. Na terceira tentativa, não houve interessados.

Diante dos sucessivos fiascos, a solução encontrada foi adotar o modelo de contratação direta, sem licitação, o que é permitido pela Lei 8.666.

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