Investidores abrem processo nos EUA contra Vale e o presidente da companhia por tragédia em Mariana

Estadão Conteúdo
09/12/2015 às 13:24.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:16
 (GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO)

(GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO)

Investidores nos Estados Unidos entraram esta semana com ação coletiva contra a Vale na Corte de Nova York, por causa do desastre da Samarco em Mariana (MG). A Vale é acusada de emitir comunicados "falsos e enganosos" e não informar corretamente sobre a tragédia ocorrida no dia 5 de novembro, quando uma barragem se rompeu provocando o vazamento de lama de rejeitos.

Além da Vale, o presidente da companhia, Murilo Ferreira, e o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores, Luciano Siani, são citados como réus na ação coletiva.

O objetivo do processo é recuperar prejuízos aos investidores que aplicaram em American Depositary Receipts (ADRs), que representam recibos de ações da Vale e são listados na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE, na sigle em inglês), entre março e novembro. O processo foi aberto pelo escritório Rosen Law, o mesmo que já abriu uma ação contra a Petrobras por causa das denúncias de corrupção. O texto não fala em valores para as indenizações.

O processo menciona uma série de quedas dos ADRs da Vale ao longo de novembro, na medida em que foram divulgadas novas informações sobre a tragédia em Minas, que causou mortes e contaminou o rio Doce. No dia 25, por exemplo, o papel caiu 4% repercutindo um documento das Nações Unidas (ONU) condenando o acidente e pedindo ações duras do governo brasileiro contra os responsáveis, ressalta o processo.

O documento, com 21 páginas, cita que a Vale é controladora da Samarco, junto com a BHP Billinton, cada uma detendo 50%. O texto menciona que a Vale, por meio de um contrato com a Samarco, usava o reservatório para depósito de rejeitos, e afirma ainda que os "programas e procedimentos" da Vale para reduzir riscos ambientais são "inadequados".

O processo acusa a Vale de falhar em comunicar aos investidores que a lama que vazou do acidente era tóxica. O texto menciona uma teleconferência da empresa, dia 16 de novembro, para comentar o acidente, na qual Siani, segundo a ação coletiva, disse que a lama que vazou não era perigosa e os componentes químicos não reagem com outras substâncias.

O investidor interessado em ser o líder da ação, ou seja, representar na Corte todos os demais, tem até o dia 5 de fevereiro de 2016 para se manifestar.
http://www.estadao.com.br

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