Itaú Unibanco anuncia fusão de operação no Chile com CorpBanca

Folhapress
29/01/2014 às 18:07.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:40

SÃO PAULO - O Itaú Unibanco anunciou nesta quarta-feira (29) acordo de fusão de sua unidade no Chile com o banco chileno CorpBanca, em uma operação que vai resultar no Itaú CorpBanca, instituição que será controlada 33,58% pelo Itaú Unibanco e 32,92% pelo grupo chileno.    O acordo inclui uma capitalização de US$ 652 milhões do Itaú Chile, que será incorporado pelo CorpBanca.    "Essa operação vem coroar nossa estratégia de sermos o banco latino-americano global. Faz sete anos que estamos crescendo, aprendendo e servindo clientes nessa região", disse nesta quarta-feira o vice-presidente do Itaú Unibanco para a América Latina, Ricardo Marino, após anunciar a fusão.    A operação levará o Itaú Unibanco da sétima para a quarta posição entre os maiores bancos do Chile em termos de empréstimos. Além disso, o acordo permite que o banco brasileiro ingresse no mercado de varejo financeiro da Colômbia.    O Itaú CorpBanca será controlado pelo Itaú Unibanco, que fará um acordo de acionistas com o Corp Group. Os presidentes dos Conselhos de Administração do Itaú CorpBanca e de suas subsidiárias serão indicados pelo Corp Group e seus vice-presidentes pelo Itaú Unibanco. A maioria dos membros do conselho de administração será eleita pelo grupo brasileiro.    Tamanho    O novo banco terá US$ 44 bilhões em ativos e US$ 33 bilhões em créditos concedidos. O Itaú Unibanco afirmou que a operação não terá efeitos contábeis relevantes nos resultados da instituição. Marino diz que o valor de mercado do novo banco deve se aproximar dos US$ 8 bilhões.    A história do Itaú no Chile começou em 2006, com a compra do BankBoston no Brasil em um negócio de US$ 2,2 bilhões, recebidos pelo controlador Bank of America em ações do Itaú. Na ocasião, o Bank of America concordou em negociar de forma exclusiva a venda para o Itaú dos ativos do BankBoston no Chile e no Uruguai.    Segundo Marino, "a fusão com o CorpBanca trará sinergia, mais recursos e capital para atuarmos no Chile", resumiu Marino, acrescentando que a partir do negócio, a região da América Latina passa a responder por cerca de 10% dos ativos do Itaú Holding.    Antes da operação, o Chile representava dois terços do portfólio latino americano do banco brasileiro. O Itaú é o segundo maior banco brasileiro em ativos totais, com R$ 1,01 trilhão, atrás apenas do Banco do Brasil, com cerca de R$ 1,2 trilhão, de acordo com dados do Banco Central referentes a setembro de 2013.    No terceiro trimestre do ano passado o banco privado registrou lucro de R$ 4 bilhões, acima da previsão do mercado. No período, a inadimplência da instituição financeira ficou em 3,9%, o menor nível desde a fusão com o Unibanco, em novembro de 2008.    A carteira de crédito do banco teve expansão de 9,9% em relação ao terceiro trimestre de 2012, totalizando R$ 481,02 bilhões.    Colômbia    Os dois grupos lançarão uma oferta para comprar participação restante no CorpBanca Colombia por US$ 894 milhões. A compra é um dos motivos da capitalização de US$ 652 milhões do Itaú Chile. "Vamos comprar uma participação direta de 12,38% do CorpBanca", explica Marino.    Além disso, o valor servirá para melhorar o nível de capitalização do banco e deixar uma reserva para futuras negócios no Chile e na Colômbia.    Mercados emergentes    No comunicado em que anunciou a fusão, o Itaú Unibanco disse que, junto ao Corp Group, vai buscar novas oportunidades no setor financeiro de Colômbia, Chile, Peru e América Central.    Em um cenário de volatilidade cambial nos países emergentes e incertezas sobre o crescimento, Marino disse não há preocupação por parte do banco e que os planos de expansão na América Latina estão mantidos.    "Isso não nos assusta. Fizemos a fusão com o Unibanco quando os riscos eram maiores ainda, em 2008, logo após a quebra do Lemon Brothers. Passaram-se cinco anos e a operação está completamente consolidada. Temos uma visão de investimento de longo prazo", disse.    Marino anunciou ainda que o Corp Group terá a oportunidade de ser acionistas dos negócios que o Itaú mantém em outros países latino-americanos, como Uruguai e Paraguai. No entanto, frisou que a administração dos negócios nesses países não será afetada pela fusão.    A negociação da fusão durou alguns meses. Segundo Marino, o Itaú Unibanco disputou a operação com outras instituições não reveladas pelo executivo. Ele disse apenas que especulações do mercado e da mídia apontavam para o espanhol Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA).

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