Lagarta Helicoverpa Armigera coloca Minas em estado de emergência

Bruno Porto - Hoje em Dia
28/11/2013 às 08:39.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:26
 (Lusimar Eugênio)

(Lusimar Eugênio)

Oitenta e oito municípios mineiros produtores de milho, soja e algodão foram colocados em estado de emergência fitossanitária em decorrência da proliferação da lagarta da espécie Helicoverpa Armigera. A praga já havia causado estragos na safra 2012/2013 e agora ataca as plantações ainda jovens da safra 2013/2014, que foi semeada entre setembro e outubro, o que aumenta o potencial de prejuízo.

Na edição de 28 de março, o Hoje em Dia alertou sobre a chegada da praga ao Estado, que na Bahia havia causado prejuízo estimado em R$ 1 bilhão. Nesta quarta-feira, o Ministério da Agricultura decretou o estado de emergência fitossanitária, permitindo a importação de inseticidas que combatem a lagarta.

Não existem no mercado nacional defensivos agrícolas capazes de controlar a multiplicação da praga após a lagarta atingir a fase adulta. Mesmo os produtos importados nunca foram testados em solo nacional, o que dificulta o restabelecimento da normalidade no campo, uma vez que o uso do inseticida deverá ser monitorado.

Na última safra, a Associação Mineira dos Produtores de Algodão de Patos de Minas (Amipa) calculou prejuízo de R$ 20 milhões, ou 10% do volume produzido.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) alerta que, além da cultura de milho, soja e algodão, foi constatada a presença da praga também nas lavouras de feijão e indícios nas plantações de tomate.

A coordenadora da assessoria técnica da entidade, Aline Veloso, acredita que os danos na safra atual serão maiores do que na passada.
“Como já infestaram as plantações no início da lavoura, vão comprometer o desenvolvimento da planta, da flor e do fruto. Ainda não há como mensurar o prejuízo, mas a situação agora é bem mais crítica”, disse.

A necessidade de importação de defensivos com o benzoato de emamectina, substância testada e aprovada no combate a essa espécie de lagarta em outros países, como a Austrália, vai onerar os produtores. “Já é considerado um produto caro. Como a demanda será grande e o dólar está valorizado, terá um custo elevado”, afirmou Aline Veloso. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) informou que está detalhando junto aos produtores um plano de ação de combate à lagarta que deverá ser divulgado na sexta-feira (29).

Proliferação da praga

Os 88 municípios em estado de emergência estão, em sua maioria, nas regiões do Alto Paranaíba, Triângulo Mineiro, Noroeste e Sul de Minas. No site do Ministério da Agricultura, produtores podem acessar um plano de ação para combater a praga. A presença da larva foi detectada, além de Minas Gerais, na Bahia, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Roraima , Maranhão, Piauí, Tocantins, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e Distrito Federal. O estado de emergência atinge Minas, Mato Grosso, Goiás e Bahia. 

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