Uma pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Belo Horizonte mostrou que os consumidores mineiros vão gastar menos com o presente do Dia das Mães este ano. De acordo com o levantamento, 22,87% dos entrevistados pretendem desembolsar entre R$ 30,01 e R$ 50. No ano passado, a maior parte dos entrevistados (23,62%) afirmou que gastaria enter R$ 100,01 e R$ 150. Segundo a CDL, essa redução no valor que deve ser gasto com o presente do Dia das Mães é um reflexo do aumento da inflação e dos juros. "Além do cenário bastante desfavorável da política macroeconômica, há um outro fator que contribui para a queda das vendas que é a apreensão do consumidor em relação ao risco de manifestações e sobre o que virá depois da Copa do Mundo no Brasil", disse Bruno Falci, presidente da CDL/BH. No entanto, em pesquisa divulgada anteriormente, a instituição prevê que a data movimente R$ 2,19 bilhões no comércio da capital. Outro dado que revela uma apreensão do consumidor em relação aos gastos está na forma de pagamento escolhida pela maioria dos entrevistados (45,29%), que este ano será em dinheiro. "Isso significa que as pessoas não querem mais dívidas, ou seja, querem diminuir seu endividamento", acrescentou. Já os pagamentos parcelados no cartão de crédito são opção de 23,32% dos entrevistados Ainda segundo Falci, o pagamento à vista é um fator importante já que pesquisas recentes da CDL apontam um crescimento da inadimplência em BH, mas acaba prejudicando as vendas do comércio. "Num primeiro momento é ruim porque o comércio vai vender menos. Mas, no segundo momento, é bom porque não adianta o lojista só vender, ele tem é que receber. Ou seja, presente bom é aquele que compramos e pagamos". Em relação à renda do trabalhador, a pesquisa revelou que ela se manteve estável no último ano. Entre os entrevistados, 42,86% afirmou não ter tido alteração em sua situação financeira na comparação com 2013. Entretanto, o presidente da CDL explica que há uma perda do poder de compra do consumidor em razão da inflação. "A renda do trabalhador vem crescendo, mas sofre uma corrosão em função da inflação e, no frigir dos ovos, acaba sendo menor". Ainda conforme o levantamento, que ouviu 300 consumidores entre os dias 9 e 24 de abril, 19,28% dos consumidores devem gastar entre R$ 50,01 a R$ 75; 17,94% pretendem desembolsar entre R$ 75,01 a R$ 100; e 17,04% estão planejando investir de R$ 100,01 a R$ 150 com o presente. Entres os presentes preferidos estão roupas (32,74%), calçados (21,53%) e perfumes e cosméticos (10,03%). Flores e bombons vêm logo em seguida com 5,6% e 5,1% da preferência dos consumidores.