Mercados resistem à gratuidade de sacola após proibição de biodegradáveis

Janaína Oliveira - Do Hoje em Dia
01/08/2012 às 07:55.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:00
 (TONINHO ALMADA)

(TONINHO ALMADA)

A partir desta quarta-feira (1º), o belo-horizontino que for a qualquer supermercado da capital corre o risco de sair de lá equilibrando as compras nas mãos. Por determinação da Promotoria de Defesa do Consumidor, todo o comércio está proibido de vender sacolas biodegradáveis. E a Associação Mineira dos Supermercados (Amis) já avisou que rejeita a gratuidade das sacolas. O jeito será levar a própria embalagem de casa ou contar com o estoque de caixas de papelão do estabelecimento. Caso contrário, a opção será adquirir uma sacola retornável, dificilmente encontrada por menos de R$ 4.

Segundo o presidente da Amis, José Nogueira, desde que entrou em vigor, em 18 de abril de 2011, a lei municipal que proíbe o uso das sacolinhas descartáveis mudou o hábito de quem vai às compras. O consumo diário, que logo após a nova legislação era de 450 mil sacolas biodegradáveis, caiu para 13 mil, o equivalente a uma redução de 97%.  “A volta da gratuidade seria um retrocesso, já que BH é hoje referência nacional no assunto. Poderíamos voltar ao patamar de mais de 50% de utilização das sacolas, prejudicando o ganho ambiental”, defende Nogueira. Os associados têm liberdade para decidir, mas tudo indica que o setor resista à gratuidade para não afetar o caixa.

O promotor de Defesa do Consumidor Amauri Artimos da Matta deixou claro que não será obrigatória a distribuição gratuita das sacolas biodegradáveis. Mas rejeitou pedido de prazo de 20 dias, feito pela Amis, para que os supermercados tivessem mais tempo para se adequarem à nova realidade. Cliente do SuperNosso da rua Gonçalves Dias, Rosa Maria de Silva teve que apelar para o malabarismo mesmo. “Eles se anteciparam e não vendem mais a sacolinha. Muito menos dão. A opção é comprar uma sacola retornável por R$ 3,99. Mas isso é um absurdo. Já pagamos bem caro pelos produtos”, criticou.

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