Mercedes fará novos cortes de produção em Juiz de Fora

Bruno Porto - Hoje em Dia
28/05/2014 às 07:44.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:45
 (Felipe Couri)

(Felipe Couri)

A Mercedes-Benz, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, vai ampliar as medidas de ajuste da produção à demanda, com paralisação das linhas de montagem até o final do ano por 52 dias, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora não confirmadas pela montadora.

A venda de caminhões no Brasil de janeiro a abril foi de 41.332 unidades, volume 14,4% inferior ao de igual período do ano passado.

A queda é mais acentuada no segmento de caminhões leves, com retração de 26,8% na mesma base de comparação. Na planta instalada em Minas, a fabricante de veículos alemã produz o modelo leve Accelo. A unidade também monta o pesado Actros e, neste segmento, a redução foi de 11,8%.

Semana reduzida

A companhia anunciou recentemente a chamada “semana reduzida”, em que os trabalhadores tem a jornada de cinco dias por semana reduzida para quatro. Também concedeu férias coletivas entre 22 de abril a 12 de maio para um universo de 450 trabalhadores, ou 50% da força de trabalho.

No dia que retornaram do descanso, foram informados da semana de quatro dias por um período de três semanas.
Sobre a nova paralisação da produção na unidade mineira, ela se daria durante o ano e seria escalonada.

A Mercedes também confirma que desligou 20 trabalhadores este mês. Ao todo, em um ano, foram 130 cortes, de acordo com o sindicato. “Queremos negociar com a empresa, estudar um PDV (Plano de Desligamento Voluntário), ou outras medidas. Entendemos a situação, mas queremos uma solução conjunta, com diálogo”, disse o presidente do sindicato, João César Silva, que esteve ontem em Brasília, em encontro com o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Mauro Borges.

A planta de Juiz de Fora tem capacidade para produzir, em um ano, 50 mil chassis de caminhões, mas estaria operando com menos da metade dessa capacidade.

De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a venda de caminhões em abril contabilizou recuperação frente a março, com alta de 17,8%, porém apresentou queda em todas as outras bases de comparação.

Em relação a abril de 2013, por exemplo, a queda é de 22%, com principal contribuição negativa dos modelos leves, com retração de 37,9%. Além da situação de mercado, o menor volume de exportações, sobretudo para a Argentina, agravou a situação.

Montadora é líder em caminhões

De abril de 2013 a abril deste ano, a Mercedes deixou a segunda e passou para a primeira posição no ranking de participação de mercado no setor de caminhões no Brasil. Em abril do ano passado, a montadora respondia por 25,79% das vendas do mercado nacional, atrás da Volkswagen, com 26,14%. Este ano, porém, as posições de inverteram, com a Mercedes na liderança, com 26,98% e a Volkswagen com 25,18%. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

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