Mercedes reduz jornada de trabalho e demite em Juiz de Fora

Bruno Porto - Hoje em Dia
15/05/2014 às 08:21.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:35
 (Olavo Prazeres/Tribuna de Minas)

(Olavo Prazeres/Tribuna de Minas)

A persistência do cenário de retração nas vendas de caminhões levou a Mercedes-Benz, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, a reduzir em 20% a jornada de trabalho de 450 funcionários e a desligar 75 empregados neste ano, sendo 20 nesta semana. Os cortes refletem a queda de 14,4% nas vendas de caminhões entre janeiro e abril deste ano em comparação com igual período de 2013, conforme números da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

A montadora alemã confirma a redução de jornada de cinco para quatro dias por semana durante as próximas três semanas, e a dispensa de 20 funcionários. Os desligamentos são “inferiores a cem”, informou a assessoria de imprensa da Mercedes.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora contabilizou, de junho do ano passado até ontem, 130 cortes. “O que nos surpreendeu foi que estamos em plena negociação com a empresa, que pretende efetuar rescisões contratuais de 150 trabalhadores. Antes de um acordo começaram os cortes”, disse o presidente da entidade, João César da Silva.

A empresa havia concedido férias coletivas a 450 trabalhadores da unidade mineira em 22 de abril. Eles retornaram às linhas de montagem na última segunda-feira (12), quando foram avisados da chamada “semana curta” e do início do fechamento de postos de trabalho. Ao todo, segundo a Mercedes, a planta emprega 900 pessoas.



Em Juiz de Fora, a Mercedes produz dois modelos de caminhões, o leve Accelo e o extra-pesado Actros. No segmento de leves foi detectada pela Anfavea a maior queda nas vendas, de 26,8% neste ano. Nos pesados, a retração foi de 11,8% no mesmo período.

 

A assessoria de imprensa da Mercedes não informou qual a capacidade instalada da fábrica e o nível atual de produção. Segundo o sindicato, as linhas de montagem suportam, no topo da capacidade, a produção de 50 mil chassis ao ano, mas operam atualmente com cerca de 35% dessa capacidade.

Adequação

Também com o argumento de adequação à realidade do mercado, a Iveco, montadora de caminhões do grupo Fiat instala[/LEAD]da em Sete Lagoas, na Região Central, colocou 500 trabalhadores em férias coletivas, iniciadas em 22 de abril e com duração até o próximo dia 21 de maio.

A empresa informou que não prevê novas medidas para se ajustar à demanda do mercado.

No segmento de veículos leves, onde a Anfavea detectou vendas no primeiro quadrimestre deste ano 4,5% inferiores às de igual intervalo de 2013, a Fiat, em Betim, também tomou medidas para reduzir a produção de automóveis. De janeiro a abril foram 1,055 milhão de emplacamentos no país, contra 1,105 milhão um ano antes.

A montadora italiana, em 14 de abril, colocou cerca de 800 trabalhadores de um dos turnos da Linha 4, que produz os modelos Bravo, Idea, Punto, Dobló e Linea, em 20 dias de férias. Cerca de 2.400 unidades deixaram de ser fabricadas no período. A Fiat possui 4 linhas de produção e emprega 19,8 mil pessoas.
 

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