Metade dos pequenos negócios em Minas atribui sobrevivência às vias digitais

André Santos
andre.vieira@hojeemdia.com.br
19/07/2021 às 08:23.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:26
 (Fernando Michael/Hoje em Dia )

(Fernando Michael/Hoje em Dia )

Cinco em cada dez donos de pequenos negócios em Minas Gerais acreditam que o uso de ferramentas de Marketing Digital para divulgar ou vender produtos e serviços foi essencial para a sobrevivência dos empreendimentos em meio à crise econômica causada pela pandemia de Covid-19. O dado consta de uma pesquisa feita pelo Sebrae Minas, que ouviu 1.160 pequenos empreendedores, de 8 a 20 de maio.

O estudo mostra o uso cada vez maior da internet para divulgar ou vender produtos e serviços, em seis em cada 10 pequenos negócios no Estado. Outros 20% usam somente os meios digitais para alcançar os clientes. O impacto da adesão ao meio digital entre os pequenos negócios também fez com que uma parcela deles abandonasse os estabelecimentos físicos e passasse a atuar só pela internet – 10%, diz o levantamento.Fernando Michael/Hoje em Dia 

Alcance ampliado - Stefanie dos Santos investiu em um aplicativo de delivery, nas redes sociais e em anúncios pagos na web para vender bolos e cakes

O Comércio é o setor em que os empreendimentos mais usam o marketing digital – 71%. Seguido de Serviços – 64%; Indústria – 63%; e Construção Civil – 53%. Quando se mede a importância do uso da internet para os negócios, a Indústria lidera a lista, com 79%, seguida por Serviços, 78%; Comércio, 75% e Construção Civil, 69%.

Na opinião de Paola La Guardia, analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, o impacto do marketing digital nos pequenos negócios em Minas poderia ser maior, já que cerca de um terço desse modelo de empresas ainda não usa as ferramentas.

“O marketing deixou de ser somente um setor de custos, para se incorporar à estratégia da empresa”Marcelo Sander - Especialista em Marketing Digital

“Ainda existe um percentual significativo dos pequenos negócios que não conseguiu perceber a importância dessa migração e a potencialidade dessas ferramentas para alavancar seus empreendimentos”, alerta a analista.

Novos mercados

A inserção dos pequenos negócios no meio digital também é vista como uma forma de muitos empreendimentos alcançarem mercados antes limitados pelo espaço físico. “O marketing deixou de um ser somente um setor de custos, para ser incorporado à estratégia da empresa. A pandemia causou um movimento de quem não se digitalizou pelo amor – ou seja, antes da necessidade–, mas se digitalizou pela dor, para não fechar as portas. É um caminho sem volta”, sentencia Marcelo Sander, especialista em Marketing Digital e professor das Faculdades Promove.

Ferramentas auxiliam empreendedoras a apresentarem seus produtos a mais clientes

Nesta pandemia, a confeiteira Stefanie dos Santos, de 32 anos, deixou para trás a Biblioteconomia para investir na confeitaria, paixão dos tempos da adolescência. Em janeiro de 2020, decidiu comprar um carrinho para vender os bolos e cakes produzidos em casa, mas foi surpreendida com as medidas de isolamento social. Sem saída, decidiu buscar o marketing digital como aliado. 

“Apostei em um aplicativo de delivery e nas redes sociais para alcançar os meus clientes. Investi em anúncios pagos para aumentar o alcance das publicações e hoje chego a um público que não alcançaria na loja física”, afirma a microempreendedora.

A empresária Cristina Souza, sócia de uma clínica de biomedicina e estética, passou a ver nas redes sociais a saída para vencer a crise econômica. Desde julho do ano passado, capacitou seu empreendimento para aperfeiçoar o uso da internet nas vendas e divulgação dos serviços.

“Temos mais de 20 mil seguidores no Instagram e a maioria dos nossos clientes chegou on-line”, revela. Cristina garante que 70% do faturamento é proveniente dos clientes alcançados na rede. 

Dica

“É melhor usar um canal – como Instagram, Facebook ou WhatsApp, por exemplo – em toda a sua potencialidade, atingindo o alvo, do que tentar atirar para todos os lados. Não é somente usar as mídias sociais, é fazer com que os clientes sejam laçados pelas ações”, garante Carla Gobb, analista de Inovação e Competitividade do Sebrae Minas.

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