Minas fechou 32 mil vagas de trabalho em setembro

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
24/10/2015 às 07:32.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:12

Minas Gerais registrou o pior saldo de emprego formal para setembro desde 2003. No mês, foram encerrados 32.423 vagas, o equivalente a 0,77% do estoque de assalariados de agosto. Todos os setores apresentaram fechamentos de postos de trabalho, com destaque negativo para agricultura, serviços e indústria da transformação. Desde o início do ano, foram reduzidos 88.702 empregos no Estado e, em 12 meses, 169.139.

O setor agropecuário foi o que registrou maior baixa em Minas, com fechamento de 15.291 postos, queda de 4,95% no confronto com agosto. Destes, 13.802 era de trabalhares relacionados à cultura do café. De acordo com a coordenadora-técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline Veloso, a queda era esperada devido ao fim da safra cafeeira, cujo ciclo vai de maio a setembro.

E a agricultura, que poderia ser a salvação do índice no próximo mês, devido à contratação de mão de obra para dar início à safra de grãos, deve desapontar. O motivo é a escassez de chuvas, que adiou o plantio de milho e soja no Estado.
“Normalmente, o plantio começa em outubro. Porém, com o solo seco, os produtores estão adiando o investimento e, consequentemente, as contratações”, explica a coordenadora-técnica.

Quase seis mil empregos foram cortados na indústria da transformação. A alta dos juros, combinada com a inflação acima dos 10% inibe as compras. E, se o comércio não vende (foram fechadas 3.582 vagas), a indústria não produz.

Ajuste Fiscal

Segundo o presidente do Conselho de Política Econômica da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Fernandes, é necessário que haja um consenso sobre o ajuste fiscal para que as contas se estabilizem e os juros, vilões do setor, caiam. “O governo deve cortar na carne, mostrar que realmente quer mudar o quadro, para cobrar da população. Ele tem que dividir o problema com a população, não transferir”, diz o dirigente.

Na construção civil foram encerrados 3.430 postos de trabalho. De acordo com o coordenador Sindical do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Furletti, o cenário econômico do país indica quedas sucessivas para o setor.

“A economia e a construção andam juntas”, lamenta. A previsão é a que a construção civil em Minas Gerais registre queda de 8%.

A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) reduziu 9.942 empregos formais. Em Belo Horizonte foram fechados 6.054 postos, em Contagem 1.850 e em Betim 754.

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