Minas Gerais é sonho e realidade para o bilionário Eike Batista

Paulo Paiva - Do Hoje em Dia
22/07/2012 às 23:50.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:44
 (Carlos Roberto- Arquivo Hoje em Dia)

(Carlos Roberto- Arquivo Hoje em Dia)

O empresário Eike Batista costuma se referir a bilhões de dólares com a mesma naturalidade com a qual um integrante da classe C fala da conta pendurada no açougue. Ao receber em maio o prêmio de “Industrial do Ano de 2012”, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), revelou que, dos US$ 50 bilhões que pretende investir nos próximos 10 anos, US$ 10 bilhões virão para o Estado. E arrematou: “Está bom, não é?”.
 
Na solenidade, recebeu elogios do presidente da entidade, Olavo Machado Júnior, e do senador Aécio Neves. “É um homem que sonha, que acredita em seu País”, disse Olavo. “É um empreendedor”, completou Aécio.
 
Mas, no fim do mês passado, a OGX (empresa petrolífera controlada por sua holding EBX) anunciou uma brutal redução na estimativa de produção do campo Tubarão Azul, na bacia de Campos, de 20 mil barris/dia para cinco mil barris/dia. As ações da empresa despencaram na bolsa, contaminando as demais empresas do grupo, e Eike viu sua fortuna encolher US$ 2 bilhões. A queda arranhou a credibilidade do bilionário e reacendeu críticas daqueles que o chamam de “vendedor de sonhos”, capaz seduzir investidores com projetos megalômanos, mas pouco propenso em colocar a mão no próprio bolso.
 
Em Minas, a trajetória de Eike (mineiro de Governador Valadares e filho do ex-presidente da Vale, Eliezer Batista) tem um pouco de tudo: fracasso, anúncios grandiosos, vendas bilionárias e expectativas. O fracasso tem mais de uma década. A JPX, fábrica de jipes instalada em Pouso Alegre, foi inaugurada em 1994, parou em 1997 por falta de encomendas, voltou e encerrou definitivamente as atividades em 2001.
 
Projeto vendido
 
Em 2005, o empresário criou a MMX, que iria tocar o Projeto Minas-Rio, de US$ 2 bilhões, na exploração de minério de ferro em Conceição do Mato Dentro e construção de um mineroduto de 525 quilômetros ligando a mina ao porto de Açu (RJ), também da empresa. Vendeu o projeto em 2007 para a britânica Anglo American por US$ 1,1 bilhão. Parte das obras estão paralisadas por questões ambientais, causando atraso e prejuízo à Anglo. A mineradora, sócia de Eike no porto de Açu, minimiza o fato. “Embora as atividades de instalação da linha de transmissão continuem interrompidas, as obras do empreendimento estão sendo executadas normalmente nas áreas do mineroduto, porto e parte da planta de beneficiamento”, afirmou a empresa em nota ao Hoje em Dia.
 
Hoje, a MMX, único empreendimento industrial de Eike no Estado, explora minério de ferro na Unidade Serra Azul (municípios de Brumadinho, Igarapé e São Joaquim de Bicas). E tem um plano ambicioso de expansão (leia na página seguinte), estimado em R$ 4,8 billhões. Deste total, 25% virão de recursos próprios. O restante aguarda investidores interessados. A missão de encontrá-los está nas mãos dos bancos Itaú BBA e West LB.

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