MPT apura em Minas trabalho análogo à escravidão na MRV

Paulo Paiva - Do Hoje em Dia
04/08/2012 às 07:45.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:09
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Trabalhadores sem carteira de trabalho assinada, alojamentos e instalações sanitárias em condições de higiene precárias e até ausência de água potável no canteiro de obras.

Essas foram as principais irregularidades encontradas pelos fiscais do Ministério do Trabalho nos canteiros de obras da construtora mineira MRV nos empreendimentos Residencial Parque Borghesi, em Bauru, e Condomínio Residencial Beach Park, em Americana, ambos no Estado de São Paulo.

As ocorrências abrangeram, ao todo, 68 trabalhadores e foram registradas em abril e maio do ano passado. Como a construtora não apresentou defesa consistente ao governo desde então, foi incluída, no começo do mês, no cadastro do Ministério do Trabalho de empregadores que submetem empregados a condições análogas a trabalho escravo. Com isso, a Caixa suspendeu, na quinta-feira, a concessão de crédito do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida à MRV.

O Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais também informou que existem duas investigações em andamento contra a MRV por trabalho escravo no Estado. Uma delas, em Uberlândia, está sendo conduzida pelo procurador Eliaquim Queiróz e já chegou à assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta. Outra, conduzida pela procuradora Virgínia Henrique, investiga aliciamento e tráfico de trabalhadores.

Em nota, a empresa limitou-se a dizer que foi “surpreendida” com a inclusão na lista suja do Ministério do Trabalho e já sanou as irregularidades. E que acredita que “a situação será resolvida em um curto prazo”.

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