Mudança em financiamento de apartamentos para baixa renda anima construtoras

André Santos
andre.vieira@hojeemdia.com.br
17/09/2021 às 19:27.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:54
 (Fernando Frazão / Agência Brasil)

(Fernando Frazão / Agência Brasil)

As novas regras do programa habitacional “Casa Verde Amarela”, anunciadas pelo governo federal na semana passada, devem garantir um aquecimento nas vendas de apartamentos novos para famílias de renda mais baixa – com valores até R$ 215 mil. Em julho, a comercialização dos chamados apartamentos econômicos representou apenas 26,4% do total de unidades vendidas em BH e Nova Lima.

Segundo a Caixa, as mudanças incluem a diminuição das taxas de juros para famílias com renda familiar até R$ 2 mil mensais (os percentuais ainda não foram divulgados). Isso, mesmo com o viés de alta da Selic – hoje em 5,25% ao ano, a taxa deve passar a mais de 6% nesta semana). Também haverá reajuste de 15% no valor máximo dos imóveis financiados com recursos do FGTS.

Com isso, dois dos principais problemas enfrentados para consolidar a saída desses imóveis devem ser resolvidos: entre os consumidores, soluciona-se a atual incapacidade de contratação dos financiamentos por grupos de renda mais baixa; para as construtoras, torna-se mais atrativo o lançamento de empreendimentos do tipo, ante custos de produção cada vez mais elevados. “Somente este ano, o custo de construção por metro quadrado subiu 15% em Minas. Com isso, as empresas têm encontrado dificuldades para lançar empreendimentos com padrão econômico (até R$215 mil) e acabam migrando para uma faixa superior (padrão Standard). Essas mudanças trazem equilíbrio a uma faixa importante do mercado”, destaca o presidente do Sinduscon-MG, Renato Michel.

Parceria

Outra novidade divulgado pelo governo federal é a estreia de uma modalidade inédita no programa – na qual estados e municípios vão entrar com contrapartida de 20% do valor das moradias, o que pode incluir o terreno. Em troca, o valor de entrada no imóvel próprio para famílias com renda mensal de até R$ 4 mil será reduzido ou zerado. Dez estados já aderiram ao programa “Parcerias”: Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio, Minas, Roraima, Bahia, Ceará, Pernambuco e Alagoas.

Além disso, haverá a ampliação do subsídio para dar entrada no imóvel. O valor médio dos subsídios hoje é de R$ 23 mil, mas passará para R$ 35 mil, a depender da composição familiar. As famílias do Grupo 1, com renda de até R$ 2 mil, contarão com subsídio de até R$ 47,5 mil. 

Para o presidente da Associação dos Mutuários e Moradores de Minas Gerais, Silvio Saldanha, esse aumento é fundamental para diminuir o impacto na renda das famílias, principalmente na daquelas que se enquadram na faixa 1: “Para essas pessoas, uma prestação de R$ 600 ultrapassa o limite financeiro e impede a compra. Com o aumento do subsídio, a probabilidade de não consigam recursos diminui”, disse Saldanha.

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