Negócios irmanados: na pandemia, solidariedade entre empreendedores garante sobrevida a sonhos

Evaldo Magalhães
efonseca@hojeemdia.com.br
02/07/2021 às 19:47.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:19
 (Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

Comum no mundo do empreendedorismo, a expressão “amigos, amigos; negócios à parte” perde um pouco do sentido em épocas de crise, como o atual. Sobretudo entre micro e pequenos empresários, para os quais a solidariedade entre “colegas”, diante de restrições e da queda brutal nos faturamentos, parece ser a melhor saída para dar a continuidade dos sonhos. 

Prova disso é um recente levantamento do Sebrae Minas, mostrando que cerca de 40% de quase 2 mil MEI do Estado, entrevistados em abril e maio deste ano pela entidade, disseram ter oferecido ou recebido apoio de outros empresários durante a pandemia. Além disso, a pesquisa apontou que 60% dos ouvidos “procuram se ajudar mutuamente, mais do que de costume”, na situação que o país e o Estado têm vivido. Dentre os que se envolveram em alguma ação solidária, mais da metade (54%) disse ter dado ou aceitado ajuda financeira, e 41% disseram ter recebido ou colaborado com orientações técnicas para outros empreendedores. 

“Provavelmente, isso acontece porque os que têm maior nível de instrução possuem mais condições de contribuir repassando esse conhecimento para outras pessoas, destaca Paola La Guardia, analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas “É uma mudança no perfil geral do tipo de ajuda, mas não significa que quem tem maior grau de instrução ajuda menos financeiramente”, acrescenta. 

Colcha

Nascido ainda antes da pandemia, em 2019, o Coletivo Colcha de Retalhos, criado pelas empreendedoras Dalila Pires e Mônica Veiga, voltado a mulheres e à transformação social na periferia de BH por meio do empreendedorismo, iniciou, em abril do ano passado - após a chegada da Covid-19 - um movimento para auxiliar empreendedoras de diversas comunidades, divulgando seus produtos e serviços nas mídias sociais de forma gratuita. 

Segundo a percepção da maior parte dos MEI de Minas Gerais (60%), em períodos de crise econômica os empresários procuram ajudar-se uns aos outros muito mais do que de costume

O objetivo foi aumentar o reconhecimento e o alcance dos negócios e, assim, atrair mais clientes. Surgiu, então, uma rede de apoio a partir de um grupo de WhatsApp. “Lá, ofertamos e trocamos conhecimento, além de prestar auxílio em situações relacionadas à vida profissional e pessoal de cada uma de nossas assistidas. Temos muito zelo por todas as empreendedoras que fazem parte da rede do Coletivo Colcha de Retalhos”, destaca Dalila.

Iniciativa parecida foi adotada em Tiros, no Alto Paranaíba. Três amigas empreendedoras, entre elas a cabeleireira Allyne Araújo, divulgaram nas redes um vídeo, pedindo aos moradores para prestigiar o comércio local. “Em 24 horas, quase 5 mil views. Além disso, tivemos um feedback bacana das pessoas, dizendo que a ideia funciona, sim”, afirma Allyne.

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