Nem o verão impulsiona têxteis e confecções

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
16/08/2015 às 07:53.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:21
 (Carlos Henrique/Hoje em Dia)

(Carlos Henrique/Hoje em Dia)

Produção em queda e corte de milhares de empregos no país no primeiro semestre deste ano revelam a baixa temperatura dos negócios no setor têxtil e de confecção. E diferentemente dos outros anos, nem a coleção de verão deve esquentar as vendas para valer.    Segundo o diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, já não há mais tempo ou possibilidade de reverter o quadro “dramático”, que pode provocar um total de 65 mil demissões em 2015.    “Perdemos até agora entre 15 mil e 16 mil postos no setor em todo o Brasil. No entanto, o que vimos em maio e junho foi uma aceleração no número de demitidos. Daí a projeção nefasta até o fechamento deste ano”, explica.    De acordo com Pimentel, muitos empresários que ainda não demitiram lançaram mão de estratégias como férias coletivas e redução de carga horária. “Isso é reflexo da recessão profunda na qual o país se encontra. O pior é que tudo indica que 2016 também será um ano de baixo crescimento. Não há projeto para o Brasil”, lamenta.    Ameaça da China   Dados da Abit mostram que, no primeiro semestre de 2015, na comparação com igual período de 2014, a produção física do segmento de vestuário despencou 13% e a do têxtil, 10%. E as exportações, que poderiam ser a salvação da lavoura, ficam prejudicadas com a desvalorização da moeda chinesa. “É mais um fator de ameaça”, ressalta.    A tempestade também atingiu o segmento em Minas, Estado que é o terceiro maior produtor têxtil e de confecção do país. Segundo o presidente da Câmara da Indústria do Vestuário e Acessórios da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, a queda no emprego já é da ordem de 6% do total dos 188 mil trabalhadores diretos do setor.    “O segundo semestre costuma ser mais forte, quando temos a estação mais quente e as festas de final de ano. O problema é que a melhora ainda não foi sentida”, afirma.   “Estamos no mesmo barco que Minas e o Brasil. Se não tem consumo, não tem comércio e não tem indústria”, diz o presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Divinópolis (Sinvesd), Antônio Souza Ramalho.    Ele aposta as fichas na realização do “Minas Veste o Brasil”, encontro de negócios que acontece na Serraria Souza Pinto, em Belo Horizonte, entre 28 e 30 deste mês, para aliviar os efeitos amargos da crise.    “Serão 50 indústrias mineiras e mais de 200 compradores de todo o país. Não é uma feira aberta ao público, mas uma oportunidade para ampliar mercado. Não podemos nos dar ao luxo de ficar parados”, afirma.    - Em Minas, 25% das empresas do setor interromperam a produção durante o primeiro semestre do ano, quando as vendas são mais mornas, de acordo com informações do Sindivest-MG    OLHO: 20% foi o crescimento da importação de tecidos no brasil, entre janeiro e junho deste ano, na comparação  com mesmo período de 2014

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