Nova administração para crescer no mercado

José Maria Furtado - Hoje em Dia
05/01/2014 às 08:16.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:09
 (Leo Drumond/Nitro)

(Leo Drumond/Nitro)

No mundo dos negócios é relativamente comum o empreendedor abrir uma empresa, ela crescer e ir bem no mercado graças ao inovador produto ou serviço lançados. Depois dela se tornar conhecida, é mais comum ainda o empreendedor ceder à cobiça da concorrência e vendê-la. Isso acaba de acontecer com a Devex Tecnologia e Sistemas S.A., de Belo Horizonte.


Ela previa, em cinco anos, multiplicar por dez o faturamento esperado para este ano, de R$ 60 milhões. Mas, em outubro, por um valor não revelado, foi vendida ao grupo sueco Hexagon, empregador de 14 mil pessoas, com atuação em 40 países e faturamento de € 2,4 bilhões.


“Eu vendi porque a empresa precisava crescer rápido”, explica Guilherme Bastos Alvarenga, CEO e fundador da Devex, anagrama de development (desenvolvimento) e expertise. A pressa advém do fato de que, no segmento da Devex, está havendo uma onda de fusões e incorporações. A americana Data Mining, por exemplo, foi comprada pela Cal Aviation.


Já a Dassault System, do grupo francês Dassault, comprou a Genco, dona de um software para planejamento de minas. Por sua vez, a ABB, outra gigante sueca, adquiriu a australiana Mincom, com expertise na área de mineração e gerenciamento de força de trabalho móvel. Adicionalmente, em 2009, Guilherme e o sócio Luís Tomás do Nascimento já tinham vendido parte do capital ao fundo de investimentos da Fir Capital e estava chegando a hora de sair da sociedade. “No nosso mercado, é crescer ou morrer. Então, era abrir o capital ou vender”, diz Guilherme.


A oferta pública inicial de ações (IPO) estava fora de questão, pois a empresa ainda é bem pequena. Ela também não contava com os duradouros efeitos da crise sobre o mercado de capitais. “O Hexagon comprou 100% e eu continuo à frente da Devex, por tempo indefinido, agora com a missão de fazê-la crescer em todo o mundo”, diz Guilherme, que anteriormente à venda detinha cerca de um terço do capital.


Complementar


Com escritórios espalhados por todo o mundo e produtos complementares ao da Devex, o Hexagon deve facilitar a meta de crescimento da empresa. O crescimento será orgânico e também por meio de compra e fusão com empresas. “Esta é uma área em que o grupo sueco é craque: foram mais de 70 aquisições nos últimos 10 anos”, afirma Guilherme.


O futuro da empresa realmente é promissor. Segundo dados da Devex, 75% das minas de todo o mundo ainda não adotaram nenhuma solução de automação e controle. Nelas, tudo ainda é feito na base das anotações à mão e walkie talkies, os antigos rádios para comunicação a curta distância.


É aí que entram o Smart Mine e o Extreme – esse último adquirido quando a Devex comprou a também mineira Mining Inside –, os softwares da empresa. Eles controlam todas as operações nas minas. A da Usiminas, por exemplo, segundo publicado na revista Minérios e Minerales, aumentou a produção em 25% com a mesma frota e a mesma equipe porque os programas cobram o desempenho de homens e máquinas – todas têm um computador de bordo e um GPS – de acordo com os índices estipulados.


Como os softwares funcionam acoplados ao GPS, a cada instante os gerentes sabem a posição de cada uma das máquinas e equipamentos dentro da lavra, facilitando alterar ou manter o fluxo.
 

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