Pauta de compensações: bares e restaurantes de BH se animam com retorno, mas cobram reparações

Evaldo Magalhães
efonseca@hojeemdia.com.br
20/04/2021 às 20:16.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:44
 (Fernando Michel)

(Fernando Michel)

Depois de um mês e meio sem poder receber fregueses, e atuando apenas com delivery, parte dos bares e restaurantes de BH reabre as portas hoje. O horário é reduzido (de 11h às 16h), mas é grande a esperança de que possam repor, mesmo que minimamente, as perdas geradas nessa e em três outras paralisações, por diferentes períodos, decretadas pelo município para tentar conter a Covid, desde março de 2020.

“Ao longo da pandemia, mantivemos apenas uma das três casas que tínhamos. O número de funcionários caiu de 30 para 15 e mudamos o foco várias vezes para o delivery, como no último fechamento, de 6 de março”, conta Jonatas Lindson Pereira, de 30 anos, responsável pelo atendimento no restaurante Gastrô Hub, na Serra, Centro-Sul de BH. 

“Com a reabertura, esperamos movimento maior que da outra vez que retornamos, quando demorou para a coisa engrenar. Logo após o anúncio da prefeitura, na segunda-feira (19), preparamos nossos estoques com insumos usados nos pratos do delivery mesmo, que já vinham sendo produzidos, para não correr riscos. E caprichamos no salão com todas os protocolos sanitários”, completou, animado.

Apesar de bem-vinda, a reabertura não traz tantos motivos para celebração, segundo o presidente da seção mineira da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MG), Matheus Daniel. Ele diz, por exemplo, que a maioria dos empresários do setor - que só na capital teve fechados 3.500 de 12 mil estabelecimentos e demitidos 30 mil de 72 mil empregados existentes antes da pandemia – não foi abrangida pela PBH.

“A maior parte dos estabelecimentos, que é formada por bares e restaurantes que funcionam à noite, não se beneficia. A gente está na capital nacional dos botecos, e o nosso movimento grande é à noite, período em que não poderemos funcionar sabe-se lá até quando”, queixa-se o empresário.

Na terça-feira (20), a Abrasel-MG e outras entidades, como o Sindibares, o Sindilojas-BH e a Associação dos Shoppings (Abrasce), enviaram ofício conjunto ao secretário de Planejamento da PBH, André Reis, pedindo a ampliação da permissão para funcionamento dos estabelecimentos para “9h às 21h”. Isso permitiria que o segmento de alimentação fora do lar atendesse, inclusive, aos funcionários do comércio, autorizado a atuar nesse horário. A resposta da PBH, contudo, foi de que o pleito só será analisada dia 28, mediante dados atualizados da pandemia.

Já Ricardo Rodrigues, ex-presidente da Abrasel-MG e dono do Maria das Tranças, em BH, diz ter expectativas positivas com a reabertura. “Estávamos com cinco demissões previstas para a semana que vem, depois de cortar metade dos 33 funcionários. Com a volta, bloquearemos o processo”, diz. Ele não deixa, porém, de criticar a PBH: “Ela faz abre e fecha sem critérios e até com toques de maldade, já que parece fingir não entender o nosso fluxo administrativo”.

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