Pecuaristas reclamam da falta de subsídios por parte do governo

Lídia Salazar - Especial para Força do Campo
20/05/2015 às 06:28.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:07
 (Sergio Iossif)

(Sergio Iossif)

Criadores de bovinos e bubalinos de Minas Gerais estão mobilizados para cumprir o prazo da Campanha Nacional de Vacinação contra a Febre Aftosa, que termina em 11 dias. Apesar de não encontrarem dificuldades no processo da aplicação da vacina, alguns pecuaristas fazem críticas com relação ao investimento na aquisição da dose.

“O valor varia de R$ 1,40 a R$ 1,80 a unidade, uma diferença de mais de 22%, e todo ano aumenta um pouco. O governo, que é tão rígido quanto ao prazo de apresentação do comprovante de vacinação, deveria dar um subsídio maior aos criadores, estabelecer um teto máximo ou um valor fixo”, reivindica Rodrigo Pinto Pires, proprietário da Fazenda Santa Tereza, no município de Cássia, no Sul de Minas. O preço médio da vacina é de R$ 2.

O produtor reclama que, ao longo do ano, o gado precisa de outras vacinas e que, por causa disso, fica oneroso o custo do medicamento. “Os animais mais novos participam da segunda etapa da vacinação, que ocorre em novembro, e temos ainda outras doenças para evitar a contaminação. Isso acaba tornando o custo anual muito alto”, queixa-se Rodrigo Pires.

Compra

O superintendente técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Altino Rodrigues Neto, confirma que os pequenos produtores sofrem com a compra dos medicamentos. “No Estado, o grande produtor é exceção. A maioria acaba sendo penalizada pelo número de doses por frascos. Por exemplo, o pecuarista que tem 15 cabeças de gado tem de comprar 2 potes, pois cada um vem com dez doses”, relata.

No entanto, Altino Neto orienta que, nesses casos, o ideal é que os produtores se unam para comprar juntos. “O órgão estadual aceita isso. É só registrar na nota fiscal os nomes de todos que estão comprando”, explica.

Apesar de saber sobre as dificuldades do pequeno produtor em garantir a vacinação para o gado, ele ressalta que o menor custo é o da aquisição da vacina. “O processo implica em uma série de procedimentos. Deve-se levar em consideração o manejo com seringas e agulhas, o estresse causado aos animais, os horários corretos para a vacinação, o deslocamento do gado, o armazenamento do material, que deve ficar numa caixa térmica com temperatura entre 2 graus e 8 graus. E ainda, o fato de que a carne do local onde a vacina é aplicada não serve para consumo, não podendo ser comercializada”, pontua.

Gasto com vacina é bem menor que a perda de animais em caso de contágio pela febre aftosa

O pecuarista deve ter em mente, segundo o superintendente técnico da Faemg, Altino Neto, que o gasto feito com o processo da vacinação é um investimento. “É muito menor do que se considerarmos a perda dos animais pela doença, que é desastrosa”.

Para ele, cada centavo gasto em todo o processo vale a pena, ressaltando que são inúmeros os benefícios para a segurança dos animais e dos produtores.

A vacinação em todo o Estado começou no dia 1º de maio e a expectativa do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) é a de vacinar 97,5% do rebanho de bovinos e bubalinos até o final do mês. São cerca de 23,5 milhões de animais em todo o Estado e a vacinação é a única forma de proteger o gado contra a doença.

Nesta primeira etapa, os animais de todas as idades devem ser imunizados. No mês de novembro é realizada a segunda etapa da campanha, apenas para aqueles com menos de 24 meses. Em caso de dúvida, mais informações estão disponíveis no Fale Conosco do portal ima.mg.gov.br.

 “Os estados que tentaram oferecer a vacina gratuitamente tiveram dificuldades na manutenção da campanha. Em Minas, essa não é uma possibilidade e os benefícios justificam o investimento”, Altino Rodrigues Neto - Superintendente técnico da Faemg.


 

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