Pedido de recuperação judicial sobe 77% em Minas Gerais

Bruno Porto - Do Hoje em Dia
22/07/2012 às 08:05.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:44

Os pedidos de recuperação judicial em Minas Gerais deram um salto de 77,7% e as falências requeridas avançaram 11% no primeiro semestre deste ano em relação a igual intervalo do ano passado. A desvalorização do real frente ao dólar tem impacto nocivo às grandes empresas que contraíram financiamentos em dólar. Além disso, a elevação dos juros para capital de giro compromete os negócios dos médios e pequenos empreendedores. A conjunção desses e de outros fatores contaminou o ambiente econômico, que não deverá apresentar sinais de recuperação neste ano, avaliam economistas.   Os dados foram divulgados pela Serasa Experian. Eles revelam também que a situação é mais complicada em Minas do que na média nacional, onde também houve um crescimento nas taxas, porém em menor ritmo. O economista da Fecomércio Minas, Gabriel de Andrade Ivo, considera que os efeitos das políticas monetárias, como redução de juros, se concentraram no consumidor.   “Houve redução nos juros do cheque especial, das financeiras e estabilidade no cartão de crédito. No entanto, para o capital de giro, as taxas permanecem em alta. E esse indicador, junto com a folha de pagamento, são os que mais pesam nos custos do pequeno empresário”, observou.   Segundo dados da Fundação Ipead, as taxas de juros para capital de giro praticadas em Belo Horizonte saíram de 1,99% ao mês em junho de 2011 para 2,51% em igual mês deste ano. Nesse mesmo período, a trajetória da Selic caminhou em sentido oposto, de 12,5% ao ano para 8,5%. Hoje está em 8%.   Para as grandes empresas o cenário ficou desfavorável principalmente em decorrência da desvalorização cambial, o que tem influência direta sobre o endividamento . “Para fugir dos juros praticados internamente, grandes empresas contratam crédito no exterior e a dívida varia conforme o dólar. Como a moeda valorizou, a dívida cresceu e, em alguns casos, ficou insustentável”, disse o economista da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida. O dólar iniciou 2012 cotado a R$ 1,86 e fechou a sexta-feira, em R$ 2,02.   Leia mais na edição digital.

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