Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas aponta melhora no clima econômico da América Latina

Agência Brasil
24/08/2021 às 13:43.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:44
Setor público consolidado teve déficit primário de R$ 37,270 bilhões
 (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Setor público consolidado teve déficit primário de R$ 37,270 bilhões (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O indicador que mede o clima econômico na América Latina, calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), apresentou recuperação no terceiro trimestre e chegou ao maior patamar desde o primeiro trimestre de 2018. Para calcular o índice, a fundação ouviu 149 especialistas em economia de 15 países da região.

A Sondagem da América Latina mostra que o Indicador de Clima Econômico (ICE) subiu de 81,2 para 99,7 pontos no terceiro trimeste. Apesar de apontar melhora, somente valores acima de 100 configuram clima favorável para os negócios.Marcello Casal Jr./Agência Brasil / N/A

A Sondagem da América Latina mostra que o Indicador de Clima Econômico (ICE) subiu de 81,2 pontos do segundo trimestre para 99,7 pontos no terceiro

A recuperação do indicador ocorreu na percepção da situação atual (ISA), que melhorou de 28,2 pontos para 59,1 pontos. A melhora é atribuída ao cenário internacional mais favorável e ao avanço da imunização contra a Covid-19 na região, ainda que irregular.

Já o indicador que mede as expectativas dos especialistas para o futuro (IE) teve recuo de 156 pontos para 150,6 pontos. Nesse caso, a FGV cogita que o movimento esteja associado a incertezas sobre os efeitos das novas cepas do SARS-CoV-2.

Entre os dez países pesquisados, o Brasil está em segundo lugar, com 116,5 pontos, atrás do Paraguai, que apresenta a melhor avaliação do clima econômico, com 125,1. Em seguida estão Chile (104,1) Peru (102,0) e Colômbia (101,1). Os demais países foram avaliados pelos especialistas ouvidos pela FGV com clima econômico desfavorável. É o caso do México (92,4), Uruguai (79,2), Equador (77,9), Bolívia (73,2) e Argentina (60,3).

A pesquisa elevou a previsão de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do conjunto dos países pesquisados em 2021. No segundo trimestre era esperado um crescimento de 4,3%, enquanto que no terceiro trimestre a previsão aumentou para 5,4%. A pesquisa projeta que Peru (9%), Chile (8%) e Colômbia (6,4%) terão os maiores crescimentos, e os demais ficarão abaixo da média regional. Para o Brasil, a projeção é de uma alta de 5,2% no PIB.

O estudo da FGV mostra que problemas de desabastecimento de insumos e/ou matérias primas estão afetando a economia da América Latina de forma grave para um em cada quatro especialistas ouvidos. A pesquisa ressalta que quanto maior e mais diversificado é o parque produtivo de um país, maior é a probabilidade impactos desse desabastecimento.

No caso do Brasil, 46,2% dos especialistas acreditam que o país está sendo afetado de forma grave e outros 46,2% responderam que os impactos são moderados ou leves. Somente 7,7% afirmaram que a economia brasileira não está enfrentando esse tipo de problema.

Outro aspecto avaliado na sondagem foi sobre quanto tempo deve durar o cenário de valorização do preço das commodities, que impulsiona a economia da região. Para 58,5% dos entrevistados, o cenário deve se prolongar por mais 12 meses, e 23% afirmam que ele deve se encerrar já no fim de 2021. A expectativa, portanto, é que não se repita um superciclo de commodities como o da primeira década do século 21.

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