Pesquisa mostra que 79% dos brasileiros fizeram empréstimos nesta pandemia

Luisana Gontijo
lgontijo@hojeemdia.com.br
30/07/2021 às 08:07.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:33
Foi vetada margem adicional de 5% para cartão consignado de benefício (Freepik/Divulgação)

Foi vetada margem adicional de 5% para cartão consignado de benefício (Freepik/Divulgação)

A grande maioria dos brasileiros – 63% – defende a oferta de linhas de crédito para conseguir contornar os impactos financeiros da pandemia sobre suas vidas e para a retomada econômica do país. Com as finanças abaladas, 79% usaram algum tipo de crédito nesta pandemia. Campeão, o cartão de crédito “socorreu” 62% na compra de itens básicos, como produtos de higiene e alimentos. Na região Sudeste, esse índice foi ainda mais alto, com 64% recorrendo ao cartão de crédito.

Esses dados do estudo “O papel do crédito em um momento de retomada”, feito pela Serasa, em parceria com a Opinion Box, são preocupantes, na avaliação de Mafalda Ruivo Valente, professora de Economia das Faculdades Promove. 

“Cartão de crédito é uma cilada. É um dinheiro que você vai ter que pagar lá na frente. Mas muita gente usa porque é mais fácil, é um tipo de crédito a que se tem acesso descomplicado. Mas não é a melhor ideia, as taxas de juros são imensas”, reforça a economista.

Capital mineira

O endividamento crescente das famílias na capital mineira foi confirmado em pesquisa recente da Fecom[/TEXTO]ércio-Minas. Em junho, foram registrados 78,5% de endividados em BH, contra 67,7% notificados em janeiro. Com isso, os lares inadimplentes na cidade chegaram a 35,2%, sendo que 16,8% não têm como quitar as dívidas.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada todo mês pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apontou que 69,7% das famílias brasileiras encerraram junho endividadas – maior percentual desde 2010.

Como resolver

As formas de se encontrar uma saída, quando a família está em uma situação difícil, ensina Mafalda Ruivo, é todos se sentarem, reverem os gastos, cortarem ao máximo e tentarem negociar o que é devido. “O ideal é ficar com um devedor só e ir pagando só um empréstimo. Ou ir pagando primeiro as dívidas com juros mais altos, cartão de crédito, cheque especial. Mas é preciso começar sempre com o corte de gastos e envolver todos”, orienta.

Mais vezes

O levantamento feito pelo Serasa revela ainda que três em cada 10 brasileiros tiveram que usar algum tipo de crédito por seis ou mais vezes nesta pandemia. E, entre os que pretendem lançar mão de algum empréstimo no pós-pandemia, o cartão de crédito é apontado como a fonte de recursos que deverá ser mais procurada. 

O estudo sinaliza também que a tomada de crédito neste segundo momento visa tanto a compra de itens essenciais quanto o pagamento de dívidas. 

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