Petrobras anuncia que vai reduzir investimentos nas áreas de exploração e refino

Folha Press
29/01/2015 às 22:11.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:50
 (Arquivo/ABr)

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A Petrobras terá que reduzir investimentos nas áreas de exploração e refino, duas das principais da companhia. A medida é para preservar o caixa da companhia diante dos esperados impactos do reconhecimento do superfaturamento de obras em seu próximo balanço.   Segundo a presidente da Petrobras, Graça Foster, a campanha exploratória da empresa, que é a busca por reservas e a perfuração de poços, será reduzida ao "mínimo necessário".   Já as obras de conclusão das refinarias do Comperj, no Rio, e de Abreu e Lima, em Pernambuco, serão postas em compasso de espera até que todos os desdobramentos da operação Lava Jato sejam conhecidos.   Graça participou, nesta quinta-feira (29), de teleconferência com analistas do mercado financeiro, seguida de coletiva de imprensa, em que tentou passar uma mensagem de austeridade diante das denúncias de corrupção.   Mas não pôde esconder que, diante do baque, a Petrobras terá que "apertar o cinto" e passar por uma "redefinição de seu tamanho".   Auditoria feita por escritórios de advocacia independentes na estatal apontou que a conta da corrupção pode chegar a R$ 88,6 bilhões, com a suspeita de superfaturamento de 31 projetos ao longo de oito anos, entre os períodos de janeiro de 2004 ao final de abril de 2012.   "A redefinição da Petrobras, do seu tamanho, está sendo feito com muita vontade, muita garra e eu tenho certeza que vamos superar e nos tornar uma empresa muito mais forte, com a realidade que estamos imprimindo à nossa companhia", disse.   A redução da exploração "ao mínimo necessário" significa dizer que a empresa não deverá entrar em leilões de novas áreas de petróleo neste ano, segundo informou o diretor de Exploração e Produção da empresa, José Maria Formigli.   Além das refinarias, a Petrobras também manterá parada a obra da unidade de fertilizantes, em Mato Grosso do Sul, cujo contrato com o consórcio construtor foi rompido no final do ano passado.   Outra medida prevista é a revisão da política de preços para os derivados que não sejam gasolina e diesel, como óleo combustível, GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) para o setor industrial e também o asfalto, o que sinaliza uma mudança do subsídio que é dado a esses produtos.   Essas são algumas das medidas, ainda não detalhadas, que indicam o caminho que a empresa vai tomar para cortar os investimentos em 30% este ano, dos US$ 44 bilhões anteriormente previstos, para algo entre US$ 31 bilhões e US$ 33 bilhões.

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