PIB da China é o menor desde 1º trimestre de 2009

Claudia Trevisam, correspondente
13/07/2012 às 07:24.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:31

O PIB chinês cresceu 7,6% no segundo trimestre, o mais baixo patamar desde os primeiros três meses de 2009, no auge do impacto da crise financeira global. Analistas acreditam que a economia vai reagir nos próximos meses e apontam para o crescimento acima do esperado do volume de crédito bancário em junho. Mesmo que isso ocorra, a expansão de 2012 dificilmente ficará acima de 8%, no que será o menor índice em mais de uma década.

Alguns economistas sustentam que a situação é ainda pior do que a refletida nas cifras oficiais. Mark Williams, da Capital Economics, estima que a alta do PIB do segundo trimestre ficou ao redor de 7%, 0,6 ponto porcentual abaixo do índice divulgado ontem. A consultoria elabora seu próprio indicador de crescimento da China, com base em uma série de dados de atividade, como transporte de carga e consumo de energia elétrica.

Os resultados costumavam ficar em linha com os oficiais, mas a situação mudou no primeiro trimestre de 2012, quando o governo anunciou expansão do PIB de 8,1%. Para a Capital Economics, a alta foi de 7,6%. Mas Williams espera uma reação no segundo semestre do ano. A elevação do crédito é o primeiro sintoma de que haverá aumento de investimentos, que continuam a ser o principal motor da economia chinesa.

O volume de financiamentos concedidos pelos bancos teve alta de 16%, para 919,8 bilhões de yuans (R$ 295,1 bilhões), bem acima da média de 880 bilhões de yuans esperados por economistas entrevistados em pesquisa da agência Bloomberg. O resultado do segundo trimestre marca o sexto período consecutivo de desaceleração do PIB da segunda maior economia do mundo, que se tornou a principal fonte de crescimento global depois da crise que se abateu sobre os países ricos a partir de 2008.

A perda de fôlego do país se acentuou a partir de abril, com deterioração de todos os indicadores - do comércio exterior à produção industrial. Em maio, o governo anunciou medidas de estímulo à economia, bem mais tímidas do que o megapacote anunciado em novembro de 2008, que garantiu a expansão chinesa em meio à recessão global. Pequim decidiu acelerar a aprovação de projetos industriais e de infraestrutura, incluindo investimentos de 133,7 bilhões de yuans (R$ 42,9 bilhões) em duas siderúrgicas com capacidade para produzir 19,2 milhões de toneladas de aço por ano, o equivalente a mais da metade das 35 milhões de toneladas fabricadas no Brasil.

No dia 7 de junho, o Banco do Povo da China realizou o primeiro corte de juros desde o fim de 2008. Nova redução foi anunciada menos de um mês depois, no dia 5 de julho, em um sinal de que as medidas de estímulo adotadas até então não estavam surtindo o efeito desejado.
http://www.estadao.com.br

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