Planos de saúde e creches para pets ganham destaque na pandemia

Leíse Costa
leise.costa@hojeemdia.com.br
01/12/2021 às 20:38.
Atualizado em 08/12/2021 às 01:11
 (FERNANDO MICHEL)

(FERNANDO MICHEL)

Isolado em casa enquanto a Covid-19 avançava e recuava nos últimos dois anos, o brasileiro buscou afago na companhia dos animais de estimação, o que fez esse mercado alcançar cifras recordes, além de impulsionar a diversificação e incremento de negócios na área de cuidados, o chamado pet care. Conforme estimativa do Instituto Pet Brasil (IPB), o faturamento do mercado pet para 2021 deve chegar a R$ 49,9 bilhões, o que representa crescimento de 22% em relação a 2020, quando a receita atingiu R$ 40,1 bilhões.

“Na pandemia, crescemos dois dígitos por ano, e isso se deve ao fato de o brasileiro ter uma relação muito forte com os animais de estimação”, diz Nelo Marracini, presidente do Conselho Consultivo do Instituto Pet Brasil (IPB).

Baseado nessa expansão do mercado, uma pesquisa da Fecomércio-MG, divulgada nesta quarta-feira (1), procurou mostrar as tendências e o perfil do negócio. De acordo com o levantamento, o mercado é dividido em 67,9% dos pets shops oferecendo produtos e serviços e 40,6% com atendimento médico veterinário. Entre os segmentos mais buscados pelos tutores, estão os alimentícios (36,9%), medicinais (33,6%), higiene (27%); acessórios (23,7%), brinquedos (20,7%) e vestuário (8,3%). Já entre os serviços estão banho e tosa (56,4%), transporte (52,5%), hospedagem (26,0%), adestramento (25,0%) e passeador de cães (13,3%), os chamados dog walkers.

Diversificação

O mix de produtos também tem se diversificado. “É um segmento que tem inovado para atrair novos negócios”, diz Gabriela Martins, economista da Federação. Tanto que a pesquisa captou uma oferta de 3,7% de planos de saúde para pets. “Embora ainda pequeno, esse mercado segue em expansão e atento a uma rotina de cuidado crescente por parte dos tutores”, explica Gabriela.

Quem se atentou para essa demanda foi a marca mineira de planos de saúde para pets Au!Happy. “A ideia veio na pandemia. Os números demonstram um crescimento de mais de 50% de famílias que adotaram um bicho de estimação somente na pandemia”, conta Camilla Bastos, gerente de marketing do Grupo First, responsável pelo plano. Ela diz que já são mais de 144 milhões os animais sob tutela no Brasil. “Tivemos a certeza que existe uma demanda para plano de saúde animal, pois quase 18%, ou seja, pouco mais de R$7 bilhões, são gastos em clínicas e hospitais veterinários”, explica.

De acordo com a gerente, a procura pela novidade, que é vendida de R$ 49,99 a R$299, já tem superado as expectativas. “Já tivemos mais de 350 cães cadastrados e cerca de 100 aguardando análise para cadastrar”, diz. 

Adestramento

Também do segmento de pet care, a adestradora e terapeuta de cães Simone Assunção relata aumento de 30% na procura por seus serviços. “Com as pessoas começando a sair de casa para trabalhar, divertir ou viajar, elas notaram que o cachorro, especialmente os filhotes adotados na pandemia, começaram a sofrer com a ansiedade da separação e não têm conseguido lidar com a situação”, diz.

Lilian Praes, proprietária da Animal House, localizada no bairro Ipiranga, região Nordeste de Belo Horizonte, viu a procura pelo day care, modalidade de creche para cães ofertada entre R$ 25 a R$40 no local, disparar em 284% no comparativo de fevereiro de 2020 com novembro de 2021. “As vagas pro Réveillon já estão lotadas desde o fim de novembro”, conta.

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