Preços de alguns alimentos se acomodam e até caem, mas variação entre sacolões ainda é gritante

Evaldo Magalhães
efonseca@hojeemdia.com.br
08/06/2020 às 20:26.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:43
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Na chegada da pandemia, em março, a corrida de consumidores às compras, em parte para fazer estoques – uma vez que havia temor pelos estragos econômicos do novo coronavírus –, provocou aumento atípico de preços de itens de primeira necessidade na capital, como os alimentos. 
Passados quase três meses, embora algumas altas ainda chamem a atenção, pesquisa do site Mercado Mineiro constata acomodação e até redução de valores médios de muitos legumes, frutas e verduras. 

“Parece que os donos de sacolões (setor pesquisado) estão sofrendo com a concorrência dos supermercados e com a perda de poder aquisitivo da população, que está comprando cada vez menos, mesmo sendo produtos de primeira necessidade”, diz o coordenador do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu. “Assim, eles ficam sem espaço para abusar nos preços”, acrescenta.

Outro fator que favorece o consumidor, em uma época marcada pela deflação geral na economia – em maio, o IPCA medido na capital pelo Ipead, da UFMG, teve recuo de 0,39% em relação a abril – é a queda, entre as primeiras semanas de março e de junho, do custo de produtos que estão na temporada de safra. 

“Trata-se de uma informação importante para o consumidor: saber que alimentos estão com maior oferta em razão da safra, o que implica em preços mais baixos”, diz Feliciano. 

Entre os campeões de redução de preço, nesse período de cerca de 70 dias, aparecem, por exemplo, o tomate comum (-36%) e o pimentão verde (-28%), e, no caso das frutas, a mexerica pokan (-36%) e a laranja (-30%), por exemplo. 

Já entre os líderes dos aumentos, possivelmente relacionados ao calendário agrícola, figuram itens como a cebola branca (95% de elevação média na capital, desde meados de março), a batata inglesa (54%) e o quiabo (33%). Frutas como o morango, cujo preço médio da caixa subiu 38%, e o limão tahiti, com encarecimento de quase 12%, integram a lista.

Oscilação
Ainda de acordo com Feliciano Abreu, o levantamento divulgado ontem reforça a necessidade de que o consumidor gaste sola de sapato, ou utilize aplicativos como o “Comoferta”, fornecido pelo Mercado Mineiro, para encontrar os melhores preços dos hortifruti em BH. Sem esquecer, claro, da qualidade dos produtos que serão levados para casa. “É preciso ficar muito atento às oscilações de preço e pesquisar bastante nos estabelecimentos antes de comprar”.

Entre os legumes, houve variações gritantes entre valores cobrados pelos sacolões, sendo que os mais em conta estavam quase sempre, em unidades fora da região Centro-Sul. Foi o caso do jiló, que oscilou nada menos do que 351%, podendo custar de R$1,99 a R$8,98, em unidades pesquisadas na capital. O quilo de repolho foi outro campeão no quesito: de R$0,98 aé R$3,99, com variação de 307%. Chuchu (170% de diferença), cenoura (150%) e beterraba (101%) foram outros destaques.
 

  

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