Preços em disparada: imóveis tiveram em julho maior alta desde 2014; pressão segue no 2º semestre

André Santos
andre.vieira@hojeemdia.com.br
06/08/2021 às 20:13.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:37

Os preços dos imóveis residenciais dispararam no país. Segundo o índice FipeZap, termômetro do mercado, só entre junho e julho a elevação chegou a 0,64%. Foi a maior registrada de um mês para outro desde 2014. No acumulado de 2021, a subida chegou a 2,82%, média de valores médios em 16 capitais. Os maiores índices ocorreram em Vitória (2,74%) e Curitiba (1,79%).

“Estamos no menor patamar de estoque dos últimos 10 anos. Imóveis disponíveis foram lançados antes da pandemia. Há uma pressão nos custos de produção, mas ainda não há margem para repasse”

Em Belo Horizonte, a variação foi de 0,23%, o que colocou a cidade entre as que menos sentiram a pressão nos preços. Mesmo assim, especialistas e empresários do setor acreditam que, neste segundo semestre, os aumentos devem se acentuar bastante. O baixo estoque de novas unidades, o aumento de insumos e custos de produção e a estagnação de renda de compradores, aliados ao aumento da Selic, base para corrigir financiamentos, são apontados como os motores para a escalada dos preços.

Metro quadrado

O levantamento também mostra o valor do metro quadrado cobrado em todo o país. São Paulo (R$ 9.569), Rio (R$ 9.565) e Brasília (R$ 8.469) lideram a lista, mas BH já ocupa o sétimo lugar da lista (R$ 6.966). Segundo o Sindiscon-MG, um dos motivos é o custo da Construção Civil no Estado, que encerrou o primeiro semestre com alta de 12,39%, a maior para o período desde 1995. 

De acordo com Teodomiro Diniz, vice-presidente da Fiemg e presidente da Câmara da Indústria da Construção, a pressão sobre preços tende a crescer, principalmente pela baixa dos estoques de imóveis e pela pouca atração das construtoras por lançar novos empreendimentos. 

“Estamos no menor patamar de estoque dos últimos 10 anos. O que há de imóvel disponível é composto por empreendimentos lançados antes da pandemia. Há uma pressão nos custos de produção, mas ainda não há margem para repasse. Dentro desta perspectiva, os estoques vão se aproximar do zero em 2022”, acredita Teodomiro.

Com o mercado carente de lançamentos, a subida de valores deve chegar também aos terrenos e aos imóveis avulsos. Para Cássia Ximenes, presidente da CMI/Secovi-MG (Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais), a tendência é de que os preços sejam catapultados, com salto de até 30% nos próximos 12 meses. “Será um efeito cascata: com menos lançamentos, a procura pelos imóveis avulsos vai aumentar e, com isso, os preços vão disparar”, determina Cássia.


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