RIBEIRÃO PRETO - A presidente Dilma Rousseff confirmou na manhã desta segunda-feira (12) em Ribeirão Preto (313 quilômetros de São Paulo) a construção de uma fábrica de amônia da Petrobras em Uberaba, no Triângulo Mineiro.
No mês passado, a Prefeitura de São Carlos (232 quilômetros de São Paulo) tinha entrado na disputa pela fábrica e criticou a intenção do governo federal de construir um gasoduto até Uberaba para abastecer a unidade.
O argumento do prefeito Paulo Altomani (PSDB) era o de que, em vez de gastar R$ 750 milhões com o gasoduto até a cidade do Triângulo Mineiro, a fábrica poderia ser construída em São Carlos, que já tem abastecimento de gás. A unidade também era disputada por Ribeirão Preto.
A afirmação da presidente foi feita quando questionada por emissoras de rádio logo após desembarcar no aeroporto da cidade.
"A Petrobas optou por Uberaba [...], primeiro porque a cidade é um polo na produção de rocha fosfática. E, como ela tem esse polo, na produção do fertilizante que usa amônia como matéria-prima, a rocha fosfática é muito importante. Além disso, nós consideramos que a região de Minas Gerais vai atender a demanda de Minas, Goiás, Mato Grosso, Tocantins e uma parte de São Paulo, e são regiões responsáveis pelo consumo de cerca de 75% de amônia produzida", afirmou.
Dilma está em Ribeirão Preto para a inauguração de um etanolduto, que ligará a cidade a uma refinaria em Paulínia. Com a obra, o governo espera que o preço do álcool fique mais barato ao consumidor.
Ainda conforme a presidente, em Uberaba também está o maior produtor de mono-amônio fosfato do Brasil, usado nos cultivos de soja, milho, café e cana e que tem amônia como um dos componentes.
"É muito mais barato transportar o gás por duto do que colocar amônia e transportar por caminhão. É muito mais barato. É por isso que foi usada essa localização. Isso sem prejuízo de tudo que pode ainda ser atrativo aqui em São Paulo em outras fábricas. Foi opção do governo federal colocar em Uberaba", disse.
Dilma não citou, no entanto, a categoria do gasoduto: se será de distribuição (ramal que sai de uma linha principal, a de transporte) ou de transporte.
O anúncio é, também, uma derrota para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que está em Ribeirão e cujo governo tentava fazer com que a fábrica fosse erguida em São Paulo.