Previsão de alta no IPCA e PIB modesto vão castigar mais as famílias em 2022

André Santo
andre.vieira@hojeemdia.com.br
19/10/2021 às 08:39.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:05
 (Editoria de arte)

(Editoria de arte)

Projeções feitas pelo mercado financeiro para a inflação e o Produto Interno Bruto (PIB), tanto para 2021 como para o próximo ano, seguem desfavoráveis. De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central (BC), a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 8,59% para 8,69% este ano. É a 28ª elevação consecutiva do índice. Em relação ao crescimento da economia brasileira para 2021, os técnicos do BC reduziram a projeção de 5,04% para 5,01%.  Em meio a este cenário de pressão sobre os preços e pequena recuperação econômica, o impacto sobre os trabalhadores em especial os de baixa renda deve ser ainda mais cruel. A receita para barrar as altas nos preços passará diretamente pelo aumento das taxas de juros  em uma tentativa de frear o consumo e deve gerar menos investimento e empregos e reposições salariais que não devem acompanhar o ritmo da inflação. 
 “Para o trabalhador comum, a maior expectativa é conseguir garantir a própria sobrevivência. No entanto, o cenário que estamos vendo é de um mercado de trabalho que não consegue absorver o volume de desempregados, aliado a uma alta geral de preços que corrói os salários. Só que isso fica ainda pior, porque não teremos uma reposição real de salários, porque o governo não tem teto fiscal para isso”, explica o economista Hélio Berni, do Ibmec.
 2022 DIFÍCIL
 O pessimismo também se estende para 2022, quando o BC estima que a inflação chegue a 4,18%, ao invés dos 4,17% definidos na semana passada. Quando se fala em crescimento da economia, a projeção também é baixa. Para 2022, a expectativa para PIB é ainda menor e chega a 1,5%.

Tal quadro, de uma inflação ainda em patamares acima do centro da meta – que é de 3,5% - aliada a um crescimento incipiente, deixa a situação ainda mais complicada para quem tem menos dinheiro no bolso. Isso se dá porque mesmo com projeções mais modestas de alta dos preços, os reflexos para os trabalhadores demoram a ser percebidos, segundo a economista Mafalda Ruivo Valente, das Faculdades Promove.
 “Nenhuma medida econômica tem efeito imediato e isso é sentido principalmente por quem está mais vulnerável, que são as pessoas de renda mais baixa. A inflação vai estar mais controlada, mas ainda é alta, principalmente para quem está com a renda corroída. Vai haver um ajuste em todo o mundo em 2022, com mais controle da inflação, mas para isso será necessário tomar medidas que impedem o crescimento”, explica a economista.
 A tendência é a de que o poder de compra dos trabalhadores fique prejudicado em 2022. “Vão conseguir comprar cada vez menos, gastando ainda mais. Os preços vão continuar em elevação. Para os consumidores será um tempo de aperto e de cortes ainda maiores”, afirma o economista Feliciano Abreu, do site de pesquisas Mercado Mineiro. 

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