(Editoria de Arte)
Pelo terceiro mês consecutivo, o desempenho da indústria mineira ficou abaixo da média nacional, desta vez influenciado sobretudo pela menor produção física nos setores automotivo e têxtil. A produção industrial no Estado registrou, em agosto, alta de 0,1% sobre julho, enquanto na média do país o avanço apurado foi de 0,7% na mesma base de comparação. No acumulado do ano, porém, Minas Gerais contabiliza retração de 1,9% e o Brasil, de 3,1%.
Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indicaram também o crescimento da produção industrial em 10 das 14 regiões pesquisadas.
Para a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), no encerramento de 2014 o parque industrial mineiro terá produção física e faturamento negativos. “Com a indústria da transformação e a automotiva com números negativos não apenas no mês, mas também nos últimos 12 meses, a perspectiva de números positivos não existe”, disse o gerente de economia da Fiemg, Guilherme Leão.
Embora em queda também em âmbito nacional, o setor automotivo em Minas teve um “tombo” maior nos últimos 12 meses, de 21,4% contra 18,8% do país. Leão credita o desempenho às exportações para a Argentina, característica do setor em Minas, agora prejudicadas pela crise que aquele país atravessa.
O analista do IBGE Antonio Braz considera que a contribuição negativa do setor têxtil em Minas potencializa a chance de resultados abaixo da média nacional. “Desde abril, o setor tem quedas mensais de dois dígitos e, no ano, tem queda (9,5%) já superior à nacional (6,6%)”, disse.
As contribuições positivas no mês de agosto de 2014 sobre agosto de 2013 vieram principalmente da fabricação de derivados do petróleo, com alta de 22,3%, e da fabricação de produtos alimentícios, com avanço de 3,5%.
No ano, o destaque positivo é a indústria extrativa, com produção em alta de 4,2%. A maior contribuição negativa de janeiro a agosto é oriunda da fabricação de veículos automotores, com redução de 21,4%.