(Epamig/Divulgação)
Com as altas nas cotações e vendas de soja, feijão e milho, entre outros itens do campo, a renda agrícola de Minas Gerais deverá atingir R$ 26,5 bilhões em 2012. O valor representa um crescimento de 12,6% sobre 2011, muito acima da variação de 2% prevista para o Brasil.
Os números, com base em informações de setembro, fazem parte do relatório do Valor Bruto da Produção (VBP), divulgado pelo Ministério da Agricultura e analisado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). O VBP se refere à renda dentro da propriedade e considera os preços recebidos pelos produtores das principais culturas agrícolas do país.
Seca
Com a seca nos Estados Unidos e no Sul do país e a consequente redução dos estoques dos grãos nos mercados mundiais, a soja e o milho ganharam atenção especial do produtor mineiro. São esperados crescimentos de 38,6% e 18,8%, respectivamente. A estimativa aponta para valores brutos de R$ 3,1 bilhões e R$ 3,5 bilhões.
“Esses produtos estão muito valorizados no mercado interno e externo. A procura é crescente para atender ao aumento da produção de ração destinada aos criatórios de aves e suínos”, explica o superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez. Entusiasmados com a possibilidade de aumento de ganhos, os fazendeiros do Estado devem aumentar em 6% a área plantada no caso da soja.
A renda obtida com o valor pago aos produtores de feijão de Minas Gerais também teve correção para cima no novo levantamento para 2012. O crescimento previsto para o companheiro do arroz é de 55,2%, atingindo R$ 1,7 bilhão.
Cana de açúcar, banana e algodão também apresentam boas perspectivas, com saltos de 11,5%, 71,5% e 8,7%, respectivamente. A análise aponta para valores de R$ 4,4 bilhões, R$ 679 milhões e R$ 823 milhões. O algodão completa o grupo, com crescimento estimado de 18,3%, num total de R$ 245 milhões.
Decepção
A decepção ficou por conta do café, que tem o maior peso entre todos os produtos agrícolas de Minas Gerais. Em função da crise financeira internacional, já que os maiores compradores do grão são Estados Unidos e União Europeia, o desempenho do café deverá ter queda de 9% em relação a 2011. E o Valor Bruto da Produção provavelmente não passará da casa dos R$ 10 bilhões.
“Em ano de safra cheia, a produção cresceu, mas o rendimento do produtor não acompanhou. A partir de agora, com o início do inverno no Hemisfério Norte, esperamos que haja aumento da demanda e aquecimento das cotações”, afirma Albanez.