Restrição ao crédito é o principal entrave ao setor automotivo

Bruno Porto - Hoje em Dia
27/04/2014 às 07:37.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:19
 (Luiz Costa - Arquivo)

(Luiz Costa - Arquivo)

O potencial do mercado automotivo brasileiro permanece positivo, apesar da estagnação em 2013 e previsão de novo zero a zero em 2014. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, no primeiro trimestre deste ano as vendas foram 2,1% menores do que em igual intervalo de 2013.   No entanto, o presidente da Fiat Chrysler para a América Latina, Cledorvino Belini, sugere a criação de um seguro para o crédito bancário direcionado à compra de veículos como forma de fazer o setor reagir. Na avaliação dele, o risco de alta na taxa de inadimplência exigiu entradas mais altas e número menor de parcelas, reduzindo a capacidade de compra do consumidor.   “Entendo que a medida que se tenha algum seguro de crédito para garantir os bancos, isso pode ser resolvido. O banco volta a ter confiança, pode exigir entrada menor e alongar os prazos, reduzindo as prestações. É uma forma de fazer o mercado reagir”, disse Belini.   Nesta segunda-feira (28), o Hoje em Dia publica na Página 2 Entrevista uma exclusiva com o executivo da Fiat.   Ele observa que os motores do setor automotivo são a renda e o crédito, e que a estagnação das vendas acontece porque, além do preço mais alto, com a exigência de novos equipamentos de segurança, como airbag e freios ABS, os bancos estão mais rígidos com o financiamento, e reduziram o prazo para pagamento.    “Como lá atrás os bancos foram muito flexíveis, houve aumento da inadimplência, que foi a 7,2%. Depois, houve grande aperto para liberação de crédito para compra de veículos. Agora, nós vivemos outra etapa. A inadimplência está em 4,4% para o setor e os prazos de financiamento diminuíram, com exigência de entrada mais alta. Aí, menos pessoas conseguem comprar, porque o que conta é o valor da prestação”, disse.    Independentemente disso, Belini vê com otimismo o futuro do segmento no Brasil, e projeta chegar a um mercado de 4,5 milhões ou 5 milhões de unidades em 2020. “É factível, pode ser dois anos antes ou dois anos depois, mas todo mundo olha os cenários e vê isso. Já somos o quarto mercado automotivo do mundo. China, Estados Unidos, Japão, Brasil e depois Alemanha. Além da evolução das classes sociais no Brasil, teremos um bônus demográfico até 2020, que é a redução das crianças e aumento da população economicamente ativa. Tudo isso são oportunidades para o setor”, afirmou.

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