Salário mínimo de R$ 865,50 e déficit de R$ 30 bi

Raul Mariano - Hoje em Dia
01/09/2015 às 06:25.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:35
 (Fabio Rodrigues Pozzebom)

(Fabio Rodrigues Pozzebom)

A hipótese de contornar a crise econômica por meio de investimentos está cada vez mais distante, na avaliação de especialistas. Isso porque atrair investidores para o Brasil tende a se tornar tarefa mais difícil com o déficit primário – despesas superiores às receitas – de R$ 30,5 bilhões, o equivalente a 0,5% do PIB, previsto no Projeto de Lei Orçamentária apresentado, nesta segunda-feira (31), pelo governo federal.

Agora, a perda do grau de investimento (classificação que atesta a capacidade do país de honrar dívidas) é uma ameaça mais real. Para o mercado, a projeção sinaliza fragilidade das contas públicas e a incapacidade do governo de viabilizar o ajuste fiscal.

“Quando o governo promete (superávit) e não entrega, ele torna mais provável o rebaixamento. Isso sem falar na trajetória da dívida sobre o PIB, que pode chegar a 70%. Isso em um contexto em que o espaço para corte de gastos é muito estreito e a arrecadação só diminui”, analisa o economista Fabrício de Oliveira, especialista em contas públicas.

Enfrentando forte desgaste político que dificulta ainda mais a aprovação de medidas para o ajuste fiscal, a saída para o governo federal será elevar tributos, conforme explica o economista do Ibmec Felipe Leroy.

“A tendência é de aumento de impostos. Se o governo estivesse propenso a reduzir gastos, já o teria feito. Nessa situação, ou se aumenta imposto ou se corta gasto. Lembrando que há, ainda, a probabilidade de fuga de capitais, o que pode aprofundar a crise”, destaca.

Estratégias

Foi a primeira vez em que o governo enviou ao Congresso uma peça orçamentária com déficit. “É para registrar a transparência absoluta das questões orçamentárias, ou seja, não há mais maquiagem nas contas”, disse o vice-presidente Michel Temer (PMDB).

De acordo com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, uma das ações para reduzir o déficit prevê a atuação nos gastos obrigatórios da União, que demandam projeto de lei. “Estamos trabalhando em propostas para melhorar gradualmente a situação fiscal do país”, afirmou. (Com agências)

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