Serviços digitais dos bancos avançaram, mas sem necessariamente beneficiar a clientela

Evaldo Magalhães
efonseca@hojeemdia.com.br
16/09/2021 às 19:46.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:53
 (Divulgação)

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A pesquisa do Idec sobre o comportamento do sistema bancário brasileiro, entre 2020 e 2021, apontou também que, em razão das restrições inclusive de mobilidade impostas pela pandemia, houve crescimento acelerado nos processos – tanto da oferta pelas instituições tradicionais quanto do uso pelos consumidores – dos serviços digitais de atendimento. Isso não significou, pelo menos da parte dos clientes, contudo, que tenha havido alguma melhora nesse quesito. “Houve dificuldade de diálogo com as instituições diante da redução das agências e do atendimento presencial, assim como via call center, restringindo o acesso aos canais digitais”, aponta o relatório do instituto.

A advogada mineira Lilian Salgado, especialista em direto do consumidor, diz que, além da visível piora no relacionamento com clientes, os principais bancos ainda teriam aproveitado circunstâncias relacionadas à pandemia para engordar seus caixas. “Foi assim, por exemplo, no caso da possibilidade, autorizada pelo governo, de suspensão temporária de pagamentos de financiamentos, oferecida aos consumidores. Houve propaganda enganosa: as pessoas não eram informadas de que os juros continuariam incidindo nos contratos”, afirma.

Não à toa, pondera a advogada, o lucro somado de quatro dos cinco maiores bancos do país disparou quase 120% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2020, atingindo R$ 43,9 bilhões.

 Outro lado

Procurada para comentar a pesquisa do Idec, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou ontem que, no caso das taxas e tarifas, as instituições “seguem estritamente as regulamentações do Banco Central no que se refere às cobranças que podem ou não ser feitas”.
“Dentro das normas estabelecidas, cada instituição financeira determina os preços de seus produtos de acordo com sua estratégia comercial”, sustentou a entidade, em nota.

E completou: “Para levar transparência e possibilidade de comparação aos consumidores sobre as tarifas de produtos e serviços para pessoa física praticados pelos bancos, a Febraban desenvolveu o STAR (acesse aqui)”.

Por meio dessa ferramenta, informa a entidade, é possível, além de consultar e comparar tarifas, conhecer os Pacotes Padronizados de Serviços para pessoas físicas instituídos pelo Banco Central. “O sistema está sendo modernizado para trazer mais informações e uma experiência mais amigável ao consumidor”.

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