Siderurgia quer fatia do mercado de minério de ferro

Bruno Porto - Hoje em Dia
06/03/2014 às 07:36.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:27
 (Eugênio Moraes/Hoje em Dia/Arquivo)

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia/Arquivo)

O minério de ferro deixou de ser uma variável de custos para as fabricantes de aço para se transformar em parte do negócio nos últimos anos, porém será em 2014 que este movimento vai atingir seu ápice.  A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vai alocar neste ano R$ 1,5 bilhão para dobrar a produção da Mina de Casa de Pedra, em Congonhas, e ampliar as operações de seu terminal portuário em Itaguaí (RJ), visando exportações.   A Usiminas, com ativos minerários em Serra Azul, embora tenha adotado uma política de rigidez com os investimentos, desembolsou nos últimos quatro anos R$ 1,3 bilhão no segmento. Neste ano, com a conclusão dos investimentos, a capacidade instalada será de 12 milhões de toneladas. Em 2013 a produção atingiu 6,5 milhões.   Para o analista da Ativa Corretora, Lenon Borges, o movimento é uma racional busca por melhorias no mix de produtos. “As margens com mineração são maiores que as da siderurgia. Isso aumenta a receita e melhora o resultado operacional”, afirma.   A margem Ebitda (Lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização), um indicador de eficiência e produtividade, na CSN, foi de 49% para o negócio mineração, e de 20% na siderurgia. O Ebitda, um indicador simplificado de geração de caixa, na mineração foi de R$ 2,6 bilhões e superou o da siderurgia, que ficou em R$ 2,4 bilhões.   O plano de R$ 1,5 bilhão da CSN contempla o aumento da capacidade da mina de Casa de Pedra, hoje em pouco mais de 20 milhões de toneladas, para cerca de 40 milhões. A previsão de vendas, contabilizando a contribuição da Namisa, é de 37 milhões de toneladas neste ano, um salto de 44%.   Em certa medida, o fortalecimento das fabricantes de aço na mineração lembra o cenário de cerca de uma década atrás. Naquela época, havia muitas mineradoras de médio porte competindo, o que elevava a oferta consideravelmente, com reflexos nos preços.   “Quando somamos a nova oferta de minério pelas siderúrgicas com a entrada de novas capacidades das mineradoras, como a Vale no Pará, e muitas outras na Austrália, isso passa a ter peso na formação total da oferta e tem potencial para trazer o preço para patamares mais próximos de US$ 115 a tonelada”, diz Borges. Em 2013, o preço médio foi de R$ 135. 

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