Para quem está em busca do primeiro emprego ou de uma recolocação no mercado de trabalho, a espera por uma resposta – ainda que negativa – para a vaga almejada é um dos momentos mais angustiantes, segundo especialistas. Para transformar a expectativa em possibilidades, foi criada uma ferramenta que dá ao candidato feedback imediato das suas chances de ser recrutado.

O mecanismo é simples: os usuários de sites de emprego passam a ter acesso ao critério de seleção que as empresas utilizam. Ao cruzar as informações dos requisitos profissionais com a experiência do profissional, a ferramenta indica o percentual de correspondência entre as exigências e a qualificação.

“Costumo dizer que buscar emprego é uma corrida de obstáculos, tem que passar por várias etapas, e compreender o que acontece no processo é uma delas. A ferramenta é mais uma pecinha do jogo. Ela em si não resolve o problema, como nenhuma outra isolada, mas diminui o tempo que o candidato aguarda por uma vaga”, afirma o presidente do site de empregos Curriculum, Marcelo Abrileri.

Frustração

A empresa dele foi pioneira na oferta do Monitoramento de Processos Seletivos (MPS), criado a partir de uma demanda observada por meio de uma pesquisa realizada pelo próprio site.

O levantamento apontou que dos nove mil entrevistados, 91% afirmaram não ter retorno nenhum do selecionador depois de participarem de um processo seletivo.

Prova de que o silêncio das empresas é mesmo incômodo é a adesão dos clientes do Curriculum ao MPS. Desde abril, a ferramenta, que custa, em média, R$ 30 mensais, soma mais de mil adeptos. A eles é oferecida a oportunidade de acompanhar o número de concorrentes à mesma vaga, a posição em que se encontram eles, datas de abertura e encerramento da seleção, quantidade de vezes que o currículo foi visualizado pela empresa.

“Acredito que esse serviço auxilia muito as pessoas. É um processo importante para que elas possam se aprimorar de maneira positiva, porque é um feedback de acordo com aquilo que a empresa está pedindo, não é uma coisa pessoal”, diz a especialista em Gestão Estratégica de Pessoas da SIAS Educação e Consultoria, Jacqueline Christine Rezende Guedes.

Levar para o ‘lado pessoal’ prejudica a carreira

Recorrer à tecnologia e às plataformas digitais, atualmente, é comum, inclusive na hora de procurar emprego. A facilidade de preenchimento de dados e monitoramento dos processos seletivos atrai muitos profissionais, mas é preciso ir além do que a comodidade oferece para atingir o diferencial que o mercado procura.

De acordo com a especialista em Gestão Estratégica de Pessoas da SIAS Educação e Consultoria, Jacqueline Christine Rezende Guedes, a preguiça precisa ser deixada de lado, nessas horas. “A pessoa tem que colocar alguns resultados que porventura tenha obtido ao longo da carreira, detalhar informações, pensando na estratégia do que faz. Ela precisa narrar, de forma sucinta, mas rica em conteúdo e fatos, os resultados que alcançou”, diz.

Desenvolvimento

Outro ponto que precisa ser tratado com mais cuidado pelos candidatos é o “não”. A falta de retorno das empresas com processo seletivo em aberto ou a resposta negativa, muitas vezes, é levada para o lado pessoal, atrapalhando o desenvolvimento profissional.

“As pessoas perdem oportunidades, mas não ficam sabendo no que precisam melhorar. Esse é sempre um momento melindroso, porque nem todo mundo recebe bem o ‘não’, e é importante saber se existe alguma lacuna na formação que possa ser sanada”, afirma Jacqueline Christine.

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